𝐟𝐥𝐨𝐫𝐢𝐝𝐚

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𝐟𝐥𝐨𝐫𝐢𝐝𝐚

O CLIMA ERA SAUDÁVEL, digamos que eu goste de frio, mas prefiro quando eu não preciso usar três camadas de roupa para conseguir permanecer aquecida. Apoiei o rosto contra o vidro da janela do banco de trás do carro, tentei absorver a sensação aconchegante do vento contra o meu rosto, espalhando meu cabelo por toda a minha visão. O sentimento desse simples contato com a natureza era caloroso.

O carro de Edward finalmente parou e Bella foi a primeira a descer, incomodada pelo fato de que seu namorado vinha escondendo algo dela. Eu também notei seu comportamento estranho logo depois do almoço na escola, acredito que Alice tenha visto algo, mas nenhum deles parece disposto a nos dizer o que é.

Acompanhei minha irmã a passos lentos, caminhando pela rampa baixa da portaria da delegacia onde Charlie trabalha. Procurei pelo nosso pai pela vidraria transparente, nós o encontramos conversando com um casal em sua mesa. Todos pareciam preocupados apontando os papeis na mesa de maneira enérgica.

Engoli em seco a minha curiosidade e preocupação sobre a maldita festa na casa dos Cullen. Se ela fosse mesmo acontecer, é porque Alice não viu nada que pudesse causar danos a nenhum humano ou sua família. Revirei os olhos para o pensamento de que Edward sabia exatamente o que ela viu, topete intrometido!

─ Vai continuar me xingando mentalmente? ─ Edward sorriu em minha direção, eu e Bella nos entreolhamos completamente indignadas.

─ Achei que não pudesse ler nossas mentes. ─ eu retruquei.

─ Eu não posso, ─ permaneci encarando seu rosto com curiosidade, minha irmã fez o mesmo ao se colocar do meu lado. ─ Não a da Bella, ao menos. É que as vezes, seus pensamentos invadem minha mente. É como se o seu escudo mental fosse mais fraco do que o dela.

─ Nossa, como você é estranho.

Ele revirou os olhos sorrindo levemente da minha óbvia provocação. Não é que eu o odeie, só gosto de infernizá-lo sempre que posso. Nossa dinâmica se baseia em pura implicância fraternal, assim como com Emmet. Bella já não se importa mais e as vezes até mesmo ri das respostas trocadas.

─ Parecia preocupado no almoço. Você viu algo? ─ Bella voltou a insistir no mesmo assunto entre os dois desde que entramos no carro. Eu não a julgo, até porque permaneço com a mesma curiosidade até agora.

─ Porque todos perceberam como a Alice agiu estranho. ─ o leitor de mentes respondeu, desviando o olhar com um óbvio sinal de que estava mentindo.

─ Eu já disse, é você quem é estranho.

Os outros dois voltaram a sorrir levemente, mas dessa vez fui eu quem ignorei. Me apoiei contra o corrimão do corredor da rampa em frente a delegacia, espiando pela porta de vidro. Tentei fingir que não me sentia extremamente curiosa, mas isso seria literalmente impossível para mim.

Os problemas em Forks não são nada comuns e geralmente nunca passam de multas de trânsito e reclamações sobre o som alto em festas adolescentes nas vizinhanças mais movimentadas. Por isso a preocupação ao notar como aquele casal agia diante do meu pai.

Você não pode me julgar, da última vez que algo grave aconteceu nessa cidade, eu fui perseguida por um vampiro de olhos vermelhos e quase tive uma concussão.

─ Qual será o problema? ─ como se lesse a minha mente, ou provavelmente apenas temendo e lembrando o mesmo que eu, Bells verbalizou minha pergunta.

─ O filho deles desapareceu em Seattle, no ano passado. ─ Edward explicou, lendo a mente deles e usando sua audição aguçada para ouvir sobre os detalhes do caso. ─ Charlie vem fazendo o que pode, mas...

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora