𝐨 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐝𝐞𝐥𝐚 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐛𝐚𝐭𝐞
PODEMOS NÃO DEIXAR TRANSPARECER, mas a vida humana é mais frágil do que se mostra ser. Nós, os humanos, sempre parecemos fáceis demais de sermos atingidos, nossas vidas sempre tão maleáveis a ponto de serem tomadas por qualquer um que se esforce o bastante para isso. Qualquer um que nos odeie o suficiente. Qualquer um com raiva o bastante. Ou simplesmente, qualquer um que seja corajoso o suficiente.
No mundo real, no mundo humano, existem duas maneiras de se arrancar a vida de uma pessoa: emocionalmente ou fisicamente. A primeira delas consiste basicamente em tirar tudo o que ele prese em sua vida, tudo o que o faz continuar vivendo. Este humano, vai por si só, desistir. Já a segunda maneira, é mais demorada, torturando-o fisicamente até que seus olhos se fechem involuntariamente.
Existem humanos mais resistentes a ambas as maneiras, outros um pouco menos, mas nenhum nunca resistirá para sempre. E claro, também existem os humanos que se recusam a aceitar, àqueles que têm o brilho da vida em seus olhos. Àqueles que permanecem sorrindo mesmo após a dor. São esses que continuam alegres, até que no segundo seguinte, a morte os arranca um último suspiro.
Desse jeito, pode-se enxergar claramente, três tipos de humanos à beira da morte. O fraco, aquele que desiste no primeiro sinal de dor ou solidão. O forte, o que tenta resistir até que não haja mais forças em seu corpo frágil e incapacitado. E o incompatível. A sua alma lutará até o fim contra o que lhe causa a morte, esses são os mais difíceis de matar. No caso de Coraline, o que lhe causa a morte é o veneno correndo em seu sangue de maneira torturante, queimando-a de dentro para fora.
Cora tinha o brilho da vida em si, e ele nunca a abandonou, nem mesmo em seus momentos frágeis como quando estava na floresta em meio a neve, ou quando estava nos braços de Jasper, lutando pela própria vida. Mas principalmente, em seu momento acamado, no leito de uma cama entristecida. Ela resistiria a qualquer tipo de tortura física ou emocional, resistiria ao fogo em suas veias até que seu corpo desistisse pelo resto da eternidade.
Sua alma ganharia a batalha contra o veneno, mas quem sabe se seu corpo já não estaria fraco demais para continuar? Não sobreviver ao veneno era raro, mas não impossível.
Isso poderia ter lhe acontecido, se Rosalie não a tivesse salvado.
O fogo em minhas veias parecia ter finalmente cedido, eu me senti aliviada em conseguir pensar em paz novamente. Meu coração, já muito fraco antes, pareceu desacelerar um pouco também. Suas batidas agora lentas e baixas, ecoando em minha caixa torácica de maneira a me deixar extremamente consciente dos seus movimentos. Meu corpo que antes doía por inteiro, parecia agora completamente recuperado e saudável. Na verdade, eu nunca me senti melhor. Estranhamente bem, sem nenhum tipo de dor. Ou fogo.
Meus olhos se abriram e eu senti como se pudesse enxergar cada simples átomo de poeira, por menor que ele seja. Cada vibração das cores ao meu redor se tornando cada vez mais aparentes. Tudo parecia exatamente igual a antes, mesmo assim, completamente diferente. O mundo agora parecia colorido em um tom brilhante e nítido, e eu me sentia como uma daltônica enxergando as cores verdadeiras pela primeira vez.
Me levantando lentamente, olhei ao meu redor, examinei o quarto límpido repleto de janelas extensas por todas as paredes do cômodo que reconheci como um dos quartos de visitas da mansão Cullen. Em uma delas, reconheci as costas robustas de Jasper com facilidade. Sua postura sempre inabalável parecia um pouco retraída agora, cansado. Seus olhos permaneceram presos na imensidão da floresta do lado de fora, como se não tivesse ouvido meus movimentos como costumava fazer antes.
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𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒
Fanfic𝐓𝐎𝐐𝐔𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 | Ao voltar com sua irmã gêmea não idêntica para sua cidade natal, Coraline Swan não espera muitas novidades da pequena e pacata cidade do condado de Washington. Bem, ela também não esperava encontrar um...