𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒

𝐜𝐞𝐢𝐥𝐢𝐧𝐠 𝐦𝐢𝐫𝐫𝐨𝐫

𝐞𝐬𝐩𝐞𝐥𝐡𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐞𝐭𝐨

A ATMOSFERA DA CABANA COSTUMAVA ME ACALMAR, sempre assim. Era aconchegante e silencioso o suficiente para te fazer sentir sozinho. Era estranho, ao mesmo tempo que bom, a maneira como tudo me lembrava Jasper. Cada decoração era uma parte dele e de sua personalidade fria e aconchegante, como se tudo ali tivesse o cheiro dele.

Talvez a maneira como tudo me lembra à ele, me faz pensar no motivo de eu não ter frequentado mais esse lugar enquanto os Cullen estavam fora. Teria me salvado de muito tempo chorando, ou talvez me faria chorar ainda mais. Não tenho certeza, mas também não importa. Eu, honestamente, necessito da calma que só esse lugar e Jasper podem me proporcionar.

Eu precisava me livrar das lembranças do que aconteceu na casa do meu pai com Paul por alguns minutos. Precisava me livrar da sensação horrível de pensar em amanhã, e com certeza, precisava parar de pensar no dia seguinte e a luta horrível que estava prestes a acontecer. Tudo o que eu queria pensar agora era em como Jasper conseguia me fazer confortável, mesmo que tenha passado o dia inteiro agoniada com aquele sentimento em meu peito.

Meu loiro passou por mim, levava a minha mala em um dos ombros sem dificuldade alguma. Ele adentrou o corredor que levava aos quartos, corredor esse onde eu nunca estive. Bem, eu já frequentei o quarto dele, mas na casa dos Cullen. Na cabana era diferente, passávamos a maior parte do tempo do lado de fora, assistindo o pôr do sol ou então, aproveitando o som do crepitar da lenha na lareira.

─ Querida, você não vem? ─ ele chamou rindo levemente, voltando alguns passos para me ver pela parede de madeira. ─ Você ainda está chateada com o que aconteceu, não está?

─ Não, já passou. ─ garanti, negando com a cabeça. ─ Só quero tomar um banho e descansar um pouco.

─ A ducha fica no banheiro do meu quarto, eu te levo até lá.

O vampiro voltou a me dar as costas e sumiu no corredor escuro de madeira, lâmpadas amareladas espaçadas o suficiente para deixar lugares escuros demais. Aquele espaço era completamente diferente de todo o resto da cabana, sempre muito bem iluminada pela luz do dia ou lâmpadas brancas que iluminam um cômodo inteiro sozinhas.

Eu o segui com inquietação, meu estômago se revirou com ansiedade quando adentrei o cômodo, bem diferente do seu quarto na casa dos Cullen. As paredes não eram cobertas por vidraçarias imensas e sim madeira acinzentada, as janelas eram menores e bem altas, no entanto. Havia uma estante de madeira carregada por livros dos mais clássicos aos mais atuais, além de um guarda-roupas.

No lugar do divã azul escuro que eu esperava, assim como no seu quarto da casa dos seus pais, encontrei uma cama de casal imensa, coberta por uma colcha preta de algodão.

Enquanto Jasper se distraiu guardando minha mala em seu armário, eu toquei o tecido escuro e macio. Parecia extremamente confortável, assim como a cabeceira acolchoada na parede contrária a qual eu estava. O quarto era imenso, o dobro do tamanho do meu, que já é grande o bastante.

─ Achei que não pudessem dormir. ─ ponderei ao sorrir brevemente, chamando a sua atenção para mim. Jasper franziu as sobrancelhas, fechando as portas do armário atrás de si. ─ Quero dizer, porque você tem uma cama se não pode dormir?

─ Comprei depois que nos conhecemos, achei que seria útil em algum momento. ─ explicou ao se aproximar, parando a poucos passos de distância de mim. ─ Você não acha, querida?

De repente, meu batimento cardíaco disparou e eu senti meu corpo se arrepiar por completo. Assenti levemente, encarando-o de baixo, sentindo-me como uma presa sendo rondada por seu predador. Eu me perdi em meus pensamentos, tudo o que eu podia imaginar era uma cena de nós dois, ambos nus sobre aquela cama. Coraline, se preserva, pelo amor de Deus!