𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒

𝐡𝐮𝐠𝐞 𝐰𝐨𝐥𝐯𝐞𝐬

𝐥𝐨𝐛𝐨𝐬 𝐞𝐧𝐨𝐫𝐦𝐞𝐬

OS PRÓXIMOS DIAS FORAM DIFÍCEIS, Bella voltou a se trancar no quarto enquanto ligava diversas vezes na tentativa de falar com Jacob, que havia sumido após a noite no cinema. Seth disse que Billy não deixa ninguém visitá-lo, aparentemente o Black realmente pegou mononucleose.

Mesmo com a chuva que eu tinha certeza que daria as caras hoje, Charlie e Harry saíram para pescar. Bella também saiu então eu decidi me esgueirar pelo telhado para procurar o maldito cordão prateado com pingente de rubi. Havia perdido no dia em que estava fumando aqui e nunca mais o vi depois que o arranquei do pescoço com brutalidade.

No fim das contas, não foi difícil encontrá-lo. Brilhando ao refletir a luz do sol de verão típico antes de chuvas fortes, preso embaixo de uma das telhas alaranjadas de cerâmica.

Me ajoelhei com cuidado para não cair do telhado e levantei a telha, finalmente conseguindo tirar o colar de onde estava preso. O metal continuava a brilhar mesmo após noites chuvosas e mudanças de clima que causariam oxidação em qualquer bijuteria barata. O rubi continuava preso ao redor da prata delicada e retorcida

Segurei a joia com mãos trêmulas, meu dedo indicador sobre a escritura na parte de trás do rubi. A letra tão bem feita ainda presente de maneira duradoura.

O único defeito da joia agora era o trinco quebrado. Talvez fosse para o bem. Talvez aquele fosse um aviso do universo para me impedir de usá-lo novamente, tudo aquilo apenas para que eu não voltasse a lembrar de quem havia me dado aquele lindo colar.

Ignorei o céu se fechando sobre Forks, gotas fortes e frias se antecipando para transformar a cidade interiorana do condado de Washington no típico casulo de nuvens escuras e chuva. Desci as escadas a passos rápidos e tomei minha motocicleta, pilotando na direção da reserva.

─ Você realmente não vive sem mim, não é? ─ Paul debochou ao se apoiar na moldura de madeira da porta de sua casa. Como sempre, vestia apenas uma bermuda larga e nada mais, ele sorriu brincalhão em minha direção. ─ Veio visitar o Seth e tropeçou na minha calçada?

─ Muito engraçado. ─ sorri falsamente. O rubi pareceu queimar contra a palma da minha mão e eu finalmente me lembrei da assinatura na parte de trás da prata. ─ Vim pedir sua ajuda com algo.

─ Então entre logo, ou você vai acabar ficando doente com essa chuva!

Paul me ofereceu uma toalha e um cobertor quente, eu me embrulhei em seu sofá, tentando me fazer o menor possível para tentar me aquecer. Segurei a xícara de chá quente que sua mãe havia preparado antes de sair para trabalhar, bebericando devagar.

Me sentia hiperconsciente do que estava prestes a pedir, e para quem estava prestes a pedir. Droga, eu sei exatamente a raiva que Paul sente pelos Cullen, mesmo que não entenda bem os motivos. No entanto, sei também que ele é ótimo com peças delicadas como essa e como se dedica em seu trabalho de joalheiro que herdou do pai.

Aquele colar não iria se arrumar sozinho e eu também não poderia fingir que guardá-lo em um porta-joias para o resto da minha vida não fosse um desperdício. Aquela joia provavelmente deve custar mais do que minha moto.

─ E então, com o que você precisa de ajuda? ─ Paul perguntou prestativo. Ele se sentou na ponta do sofá e segurou meus calcanhares para puxar meus pés sobre seu colo. Sua pele era sempre muito quente, mesmo que sempre muito confortável. Mesmo inconscientemente, eu sempre me aconchegava mais perto dele, procurando seu calor constante dos dias mais frios.

─ Preciso que arrume uma joia que quebrei.

─ Ah, claro. Ela é muito delicada? ─ suspirei levemente enquanto procurava pelo colar no bolso traseiro da calça jeans que usava. Evitei bravamente o seu olhar, tentando adiar o momento que ele percebesse o que aquilo realmente significava para mim. ─ Nossa, isso parece caro.