𝐩𝐞𝐫𝐧𝐚𝐬 𝐜𝐮𝐫𝐭𝐚𝐬
O CLIMA ESTAVA BOM DO LADO DE FORA, uma raridade em Forks como a muito tempo descobri. Alguns poucos raios de sol alcançaram a minha cabeceira no horário após o meio dia, mas não durou muito. Eu não me dei ao trabalho de abrir os olhos após isso, o conforto da minha cama parecia muito mais atraente para mim agora. Minha própria companhia e meus pensamentos talvez não fossem tão interessantes, no entanto.
Sei que não fiz nada de errado, mas minha mente traiçoeira e minha consciência insistem em me dizem que eu deveria contar a Jasper sobre meu beijo com Paul. Sei que não temos nada oficial ainda, e sei também que não fui eu quem iniciou o beijo, mas mesmo assim me parece errado esconder isso. Talvez eu devesse contar, mesmo que isso cause uma terceira guerra mundial. A mentira tem pernas curtas, certo?
Dormi bastante, ignorando qualquer pensamento que me alertava que eu deveria comparecer a escola hoje. As provas acabaram, assim como o ano letivo, tudo o que nos prende aquela escola agora é a formatura. Não vou perder tempo indo até lá.
Saí poucas vezes do quarto hoje, uma delas para preparar um rápido almoço para que Charlie e eu pudéssemos comer. Infelizmente Bella estava na Reserva com Jacob, então eu não poderia depender dela e suas deliciosas lasanhas vegetarianas.
Meu pai parece cansado, carregando junto de si rugas desenhadas, olheiras escuras e bolsas pesadas abaixo dos olhos. Ele tem acompanhado os casos de desaparecimentos e encontro de corpos em Seattle, além do fato de que tem sobre a sua jurisdição, o primeiro desaparecimento dessa enorme onda. Um garoto da minha idade, Riley Byers. Um adolescente bonito com cabelos castanho claro e olhos azuis, seu rosto me dá arrepios toda vez que o vejo em algum cartaz.
─ Filha? ─ Charlie chamou após duas batidas na porta, ele colocou a cabeça para dentro do quarto. De inicio não entendi a sua carranca contrariada, mas me levantei da cama para escutar o que ele tinha a me dizer. ─ Jasper está aqui, ele quer te ver.
Eu estranhei o fato de que, dessa vez, Jasper não invadiu meu quarto, mas sim usou a porta da frente e comunicou meu pai sobre a sua presença. Isso no entanto não me incomodou, então apenas assenti levemente para que meu pai o deixasse entrar. Me sentei ainda embaixo dos cobertores e esfreguei os olhos ao tentar afastar a sonolência.
Charlie não se importou que eu faltasse a aula hoje quando inventei que sentia dor de garganta, mas parecia preocupado com a minha súbita introversão. Sei que acabei me isolando um pouco hoje, mas essa minha reação vai passar assim que eu descobrir o que devo fazer com o segredo que venho escondendo de Jasper a pouco menos de uma semana.
─ Deixem a porta aberta. ─ papai advertiu, abrindo a passagem um pouco mais para que Jasper pudesse entrar.
─ Sim, senhor Swan. ─ Jasper assentiu firmemente.
Permanecemos em silêncio ao passo que Charlie continuou parado com a cabeça para dentro do quarto em frente a minha porta, ele assistiu enquanto Jasper se aproximava de onde eu ainda estava sentada. Trocamos olhares engraçados, rindo levemente do ciúmes que meu pai demonstrou, ainda parado no vão do alçapão no chão.
─ Pai, você já pode ir agora. Obrigada.
─ Sim, eu sei, Cora. ─ assentiu contragosto. O homem de bigode demorou mais alguns segundos até que finalmente desse as costas, caminhando para longe à passos lentos.
Jasper só se permitiu se aproximar mais quando se certificou de que Charlie havia se afastado completamente. O loiro se ajoelhou ao meu lado na cama, segurando a minha mão com uma cara de preocupação óbvia em suas expressões. Seus olhos estavam mais dourados do que o dia anterior, o que me aliviou saber que ele havia passado a madrugada caçando.
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𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒
Fanfiction𝐓𝐎𝐐𝐔𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 | Ao voltar com sua irmã gêmea não idêntica para sua cidade natal, Coraline Swan não espera muitas novidades da pequena e pacata cidade do condado de Washington. Bem, ela também não esperava encontrar um...
