𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒

𝐛𝐚𝐥𝐥𝐞𝐭 𝐬𝐭𝐮𝐝𝐢𝐨

𝐞𝐬𝐭ú𝐝𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐛𝐚𝐥é

SERIA BASICAMENTE IMPOSSÍVEL PASSAR PELO SAGUÃO PRINCIPAL SEM SERMOS NOTADAS POR EMMET OU ALICE, então arrastei Bella até a saída de emergência do hotel nos fundos do prédio e descemos alguns lances de escadas até o lado de fora. Demos a volta no quarteirão até a parte da frente do hotel, onde já havíam vários táxis a espera de turistas.

Acenamos na direção do primeiro táxi que encontramos, um motorista gordinho e baixinho, uma careca redonda na parte de trás da cabeça. Ele era gentil, mas infelizmente não tínhamos tempo para papo furado.

Bella o acelerava com diversas informações que nos levassem para o estúdio de balé, eu sentia como se tudo corresse rápido demais ao meu redor. Eu me sentia em uma frequência atrasada enquanto todos correm pelos próprios problemas.

Assim que o carro encostou, minha irmã escorregou pelo banco e me esperou do lado de fora enquanto eu pagava pela corrida. O motorista claramente se assustou com a grande quantia, mas era óbvio que não reclamaria.

─ É melhor correr para longe, o mais rápido que puder. ─ alertei ao me encostar na janela, tentando soar assustadora. O motorista franziu as sobrancelhas e fez o que eu mandei, provavelmente me achando a adolescente mais esquisita que ele já conheceu.

─ Sério, Cora? ─ Bella negou com a cabeça e eu ri ao dar os ombros.

─ O que posso fazer? Não podia deixar a oportunidade escapar! ─ Bells riu levemente e revirou os olhos.

Assim que voltei a olhar para frente, senti a realidade me dar um belo de um tapa na cara, assim como a onda de nostalgia em estar aqui depois de tanto tempo. Senti também o peito doer, era raiva transbordando pelo meu sangue, brilhando nos meus olhos, se misturando com o ar que eu respirava.

Era tudo culpa daquele maldito vampiro doente e eu me certificaria de que ele não tocasse em mais nenhum fio de cabelo da minha mãe.

─ Espere. ─ Bella me segurou, antes que eu pudesse empurrar a porta dupla e invadir aquele lugar, agora carregado de péssimas energias. ─ Não tente me salvar, entendeu? Não banque a heroína, Coraline!

─ Eu te amo, Bella. Não é algo que posso garantir.

─ Eu te amo também. ─ minha gêmea me puxou para um abraço rápido. Não era comum que abraços e toques físicos partissem dela, mas eu entendi o recado.

Finalmente nos concentramos no que viemos fazer, libertar nossa mãe desse vampiro canalha e psicopata. Empurrei a porta dupla com força, o vidro frio entrando em contato com a minha pele, o ranger da madeira tornando tudo aquilo ainda mais macabro.

Eu me sentia em um verdadeiro filme de terror. Aquele silêncio me perseguia dentro do estúdio, assim como a escuridão cada vez mais densa do lado de fora do prédio.

O lado interno era exatamente como eu me lembrava que era. Espelhos rodeavam a maior parte da grande sala, havia um arco imenso amparado por vigas de gesso duro. Exatamente como em minhas memórias, exatamente como no desenho de Alice.

Pensar em Alice me fez pensar nos Cullen, pensar em Jasper.

Espero que ele possa um dia entender o motivo de todas minhas ações até hoje. Espero que entenda o que me trás até aqui agora, me entregando assim tão facilmente enquanto ele entra em um avião para me encontrar e me proteger ele mesmo. Espero que ele entenda que faço isso pela minha mãe, pelo mesmo sentimento que ele tem por Esme.

Agarrei a mão de Bella e a puxei para mais perto de mim, caminhamos lado a lado em direção a porta no fim do corredor. Não foi exagero quando digo que quase infartamos ao ouvir a porta dupla voltar a ranger.