𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒

𝐟𝐫𝐚𝐜𝐭𝐮𝐫𝐞

𝐫𝐮𝐩𝐭𝐮𝐫𝐚

QUANTO MAIS AS SEMANAS PASSAVAM, mais tempo eu me encontrava engolida pelos problemas que rodeavam a mansão Cullen. A gravidez de Bella havia se tornado um peso para o recém casal, mas não apenas para eles, como para todos os outros familiares. Eu estava assustada, não queria sequer conviver com a chance de perder minha irmã, mas também precisava me certificar de fazer valer as suas opiniões e escolhas. Era o seu corpo, afinal. Edward parecia aceitar a ideia de ser pai, obviamente tolerando o mínimo possível. Entretanto, eu o entendia. Ele odiava a situação que aquela gravidez havia trazido a Bella. Ela estava frágil, pálida, com olheiras profundas e uma barriga cada vez maior.

Com tudo isso, até mesmo a minha relação com Jasper pareceu esfriar. Ele se manteve distante e eu evitava a todo custo voltar para a cabana, não queria ter que explicar nada a ele. Para mim, aquela era a escolha óbvia: apoiar minha irmã e ajudá-la no que fosse preciso. Jasper, por outro lado, falava sobre o bebê como se fosse um um ser inanimado, como se a escolha não dependesse inteiramente de Bella. Insistia que o feto deveria ser removido com ou sem o consentimento dela, e sinceramente, algo que nenhum deles conseguiria fazer enquanto eu e Rosalie estivéssemos por perto.

Inclusive, Rosalie foi uma das minhas maiores surpresas recentemente. Ela se manteve como apoiadora de Bella durante todo esse tempo, ajudando-a com todos os pequenos detalhes e mantendo-a o mais segura e confortável possível. Sabíamos que ela estava feliz com a ideia de ter um bebê por perto, e sabíamos também de que aquele era um de seus sonhos, tornar-se mãe. Mesmo assim, eu me sentia agradecida pelo seu apoio.

Aproveitando a milésima visita de Jake, deixei minha irmã a sós com ele, e Rosalie de segurança na porta do quarto, e segui em direção a cabana. Jasper e Emmet saíram para Port Angeles para comprar comida humana, o que significava que a cabana estaria vazia por tempo suficiente para que eu pudesse tomar um banho, comer alguma coisa humana e arrumar uma pequena mala de roupas. Eu não queria destruir meu relacionamento por problemas alheios, mas eu precisava mostrar apoio a minha irmã e precisava protegê-la. Além disso, Jasper havia me decepcionado com a sua ideia de certo e errado.

Enquanto arrumava uma pequena necessaire, separando apenas produtos essenciais, ouvi os sons de passos na varanda, e reconheci imediatamente o cheiro amadeirado do perfume dele. A maneira como ele se movia, identificava que ele também já havia percebido a minha presença. Ambos teimosos e orgulhosos demais para finalmente sentar e conversar sobre os últimos ocorridos.

Silenciosamente, seus passos o guiaram na direção do quarto, e não demorou muito para que eu percebesse a sua presença na porta, me observando. Eu queria tocá-lo, sentir seu cheiro de perto, mas não queria brigar agora.

— Você não precisa morar lá para apoiar a Bella. — ele finalmente disse, sentando-se à beirada da cama. Suas atitudes recentes me mostraram que, talvez, ainda haja dentro dele, uma parte do homem que sobreviveu a guerra. Um homem velho, com costumes e crenças antigas, inflexível e conservador. Eu não posso julgá-lo por ter aprendido a ser como as pessoas eram naquela época, mas é meu trabalho orientá-lo e ajudá-lo a crescer no mundo de hoje. — Pode falar comigo, por favor? Olhe para mim, querida.

— O que é, Jasper?

— Não deixe que os problemas dos outros afetem o que temos, por favor. — pediu, fechando um pouco os olhos, como se implorasse. Jasper abriu um pouco os joelhos, e me chamou com a mão. Eu tentei relutar, mas quando me dei por mim, já estava entre as suas pernas, permitindo que ele envolvesse a minha cintura em seus braços. Sua testa tocou meu colo e ele fechou os olhos mais uma vez, deitando o rosto em meus seios. — Eu prometo não me opor a você novamente.