𝐭𝐡𝐞 𝐜𝐚𝐥𝐥

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𝐨 𝐭𝐞𝐥𝐞𝐟𝐨𝐧𝐞𝐦𝐚

SENTI A RESPIRAÇÃO ENGATAR AO PARAR BEM EM FRENTE A SALA DE HISTÓRIA, segurei as alças da mochila com força, meu peito subiu e desceu com o nervosismo de mais um passo para voltar a ser o que era antes. O professor McCall caminhou até minha direção para fechar a porta, e sorriu para mim quando notou minha presença, me incentivando a finalmente entrar. E foi o que fiz.

Não foi tão difícil como imaginei, não tinha ninguém particularmente impressionado com a minha volta. Na verdade, ninguém parecia ter notado que eu sumi. Apenas caminhei até o fundo da sala e me sentei em meu antigo lugar, respirando cada vez mais tranquila. Eu com certeza havia feito uma grande tempestade em copo d'água, não havia nada que precisava ter me feito surtar antes de finalmente voltar as aulas de história.

De certa forma, me senti orgulhosa de mim mesma.

O professor McCall logo interrompeu a grande comoção dos típicos inícios de aula e começou a explicar sua matéria, fazendo algumas anotações na lousa e pedindo a participação de alguns alunos para lerem os textos da apostila.

Era quase como se nada tivesse mudado, e foi com esse pensamento em mente que me virei para o lado para roubar um caneta do estojo de Jasper. Por um instante, pensei tê-lo visto ali. As costas contra o encosto da cadeira, um dos braços apoiados sobre a mesa de maneira preguiçosa. E o que mais me incomodou, foi o fato de que eu não conseguia mais ver seu rosto com tanta clareza.

Ainda em minha imaginação, estiquei as mãos sobre a mesa para envolver sua pele fria com a minha. Segurei seus dedos com os indicadores e girei seus anéis lentamente, mas quando voltei a olhar para o seu rosto, foi como se tivesse sumido de novo. E sua face já não me era mais tão claro quanto antes, uma grande nuvem de mistério com lindos cachos loiros.

A aula do professor McCall foi mais rápida do que imaginei que seria, pelo menos, bem mais rápida do que as aulas de matemática que resolvo dormir ao invés de realmente prestar atenção. Quando finalmente me toquei do que estava fazendo, me vi caminhando lentamente pelo estacionamento, Henry tagarelando ao meu lado.

─ E então, o que você acha? ─ Henry perguntou, deu os ombros e arqueou as sobrancelhas como se esperasse uma resposta.

─ O que? ─ franzi as sobrancelhas diante sua confusão, ele sorriu levemente.

─ Você nem estava me ouvindo, né? ─ finalmente paramos de andar, Henry apoiou as costas em seu celta prateado enquanto eu montei na moto, segurando o capacete entre as mãos. ─ Bom, tudo bem. O que eu perguntei é se você topa vir a Port Angeles e me ajudar a comprar as decorações pra festa.

Um suspiro me escapou, tenho sido uma péssima amiga a qualquer um que me pergunte. Não vejo Seth à dias, me esqueci completamente da festa de aniversário de Henry, e não tenho uma conversa de verdade com Bella desde ontem a tarde.

─ Olha, será que podemos marcar outro dia? Prometo que vou estar muito mais focada.

─ Cora, ─ ele franziu as sobrancelhas com uma leve confusão e riu consigo mesmo. ─ você se lembra que a festa é amanhã a noite, né?

─ Sim, claro. ─ Henry riu novamente. Eu disse, uma péssima amiga.

─ Tudo bem. Vou levar a minha mãe, nossa relação está bem melhor depois que comecei a passar mais tempo em casa. Vai ser legal, e muito bom pra gente.

{•••}

Ter uma moto nunca foi um sonho de consumo ou o ideal da minha infância, mas sempre admirei a força que os motoqueiros demonstram para os meros mortais. Por muito tempo, cobicei a liberdade que eles nos mostravam. Aquele vento contra o rosto que parecia libertá-los de forma singela, eu no entanto, nunca tinha experimentado essa sensação até pouco tempo atrás.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora