𝐯𝐨𝐥𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚

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𝐯𝐨𝐥𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚

DEMOROU HORAS ATÉ QUE NOSSO AVIÃO POUSASSE NA ITÁLIA, mais meia hora e finalmente estávamos no caminho de Volterra. A estrada era mal asfaltada, mas era bem ensolarada. Apoiei meu rosto no vidro do carro chique roubado por Alice no pátio do aeroporto, isso era o mais próximo que eu chegaria de uma porshe na vida inteira. O sol tocou levemente meu rosto, eu fechei os olhos tentando aproveitar um pouco do calor.

Tentei fielmente me desconcentrar da conversa no banco da frente, as duas em completo desespero pelo medo de estarmos chegando tarde demais. Sim, eu talvez esteja sendo covarde. Você não pode me culpar, eu não consigo me sentir pronta para revê-lo. Tenho certeza que qualquer um no meu lugar preferiria ter permanecido em Forks, cuidando do melhor amigo cujo acabou de perder o pai.

Me senti tão burra naquele milésimo de segundo, ele me deixou e cá estou eu, correndo para salvá-lo de algo que nem sabemos se ele realmente fará.

─ Vai esperar até o meio-dia, quando o sol estiver no topo. ─ me desprendendo dos meus pensamentos, consegui ouvir Alice dizer. A vampira vestia um lenço colorido e óculos de sol na tentativa de evitar o sol, seus olhos focados na estrada, ignorando os limites de velocidade. ─ Não acho que Jasper vá suportar quando Edward contar os motivos de estar fazendo isso.

─ Alice, mais rápido, por favor. ─ eu abri a boca pela primeira vez desde que saímos de Forks. A vampira trocou olhares comigo, me encarando pelo espelho retrovisor com certa pena em suas feições.

Alice dirigiu ainda mais rápido, como se isso fosse possível. Nós finalmente saímos da estrada ampla e entramos em uma vila de paralelepípedos e ruas estreitas. As casas eram de aparência antiga e ar romântico, seria um ótimo ponto turístico se eu não soubesse sobre o castelo dos Volturi como atração principal.

Muitas pessoas passeavam pela rua, como em uma passeata onde todos se unem por uma causa. Esses no entanto, vestiam mantos vermelhos cor de sangue com o sol em seu ápice. Alice buzinou repetidas vezes, foi o suficiente para que os caminhantes se afastassem xingando.

─ Porque estão de vermelho? ─ minha irmã questionou com inquietação. No banco da frente, Bella se remexia com nervosismo.

─ É a festa de San Marco. ─ Alice respondeu, agilizando por entre as esquinas na tentativa de não atropelar nenhuma capa vermelha. ─ Estão comemorando a expulsão dos vampiros da cidade. É o cenário perfeito, os Volturi não vão deixar que ele se revele.

A vampira parecia tão ansiosa como nós, eu podia entendê-la. São seus irmãos, eu também não me sentiria calma sabendo que minha irmã faria uma bobagem como aquelas.

Me mexi na parte de trás do carro, colocando o rosto entre os dois bancos da frente para enxergar o relógio do rádio do porshe amarelo. Suspirei com a ansiedade que o relógio digital me trouxe.

─ Cinco minutos para o meio-dia. ─ sussurrei, tinha certeza de que ela poderia me ouvir.

─ Eu sei, Cora. Respire fundo.

Foram cerca de mais dois minutos dirigindo de maneira acelerada entre as ruas estreitas e mal asfaltadas. Alice desviou sem dificuldades dos mantos vermelhos caminhando lentamente na comemoração. Não demorou para que nosso carro fosse barrado por um trio de policiais italianos, incomodados pelas buzinas incessantes.

Os homens vestiam uniformes policiais e quepes, caminhando sem pressa na direção da janela de Alice. Eu me remexi no banco de trás, olhando ao redor a procura de qualquer coisa que pudesse nos tirar de lá. Já não tínhamos mais tempo pra isso.

─ Ele não vai conseguir detectar a presença de vocês, porque não consegue ouvi-las. Se eu for, vai ler meus pensamentos e pensar que estou mentindo, vai se apressar.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora