𝐭𝐡𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐢𝐧𝐠

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𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚çã𝐨

A LUTA ESTAVA PRESTES A ACABAR, mas nunca devemos subestimar nossos inimigos, por isso permaneci no mesmo ritmo assassino. Os recém-criados enviados por Victoria eram bons, devo admitir, mas eu não os deixei chegar mais perto do que o necessário para arrancar suas cabeças. Talvez eu tenha sentido falta da adrenalina de uma luta vampírica, adrenalina de sentir que pode morrer a qualquer instante. Me faz pensar, os humanos devem sentir isso a todo tempo, mas eu já não me lembro mais das minhas experiências dessa época.

Toda a minha família ainda permanecia concentrada na luta, mas eu finalizei com o último em meu campo de visão. O joguei no chão e apoiei o calcanhar atrás da sua cabeça, arrancando os seus braços para depois tirar a sua cabeça enquanto o pobre vampiro gritava em completo desespero. Jovens demais, infelizmente já manipulados o suficiente para não serem nenhum pouco confiáveis.

Olhei ao redor, me certificando de que mais ninguém precisava da minha ajuda. Todos os meus familiares pareciam lidar bem com os vampiros jovens que atacavam, mas encontrei um dos lobos sofrendo as consequências da luta. Não foi difícil reconhecer aquele cachorro como Paul, o vampiro subiu em suas costas e envolveu seu pescoço com os dois braços, pronto para quebrar a sua coluna com facilidade.

Meu primeiro instinto foi ignorar o lobo e suas dificuldades, talvez assim parasse de lançar olhares maldosos na minha direção a cada respiração de Cora perto de mim. Infelizmente, ao pensar em minha garota, cheguei a conclusão de que deveria salvar a vida do maldito cão pulguento. Não me deixei mudar de ideia, correndo até ele imediatamente e puxando o vampiro jovem pelos tornozelos, o jogando no chão.

O lobo rugiu alto, se contorcendo, aparentemente sentindo dores. O vampiro voltou a se levantar em uma velocidade impressionante, mas não o deixei se aproximar, interceptando seu caminho, o segurando pelo pescoço e o jogando no chão novamente. Seu corpo permaneceu caído enquanto eu mantive sua cabeça em minhas mãos, até que seus olhos finalmente se fecharam e ele desceu até o inferno.

Paul rosnou e eu me preparei para uma possível luta entre nós, eu deveria saber, cachorros de rua não são confiáveis. Ele no entanto, desviou de mim e pulou sobre o corpo que se aproximava furtivamente pelas minhas costas. Um jovem vampiro de cabelos escuros e olhos vermelhos, assim como todos os outros recém-criados. O lobo arrancou um de seus braços e depois seguiu até seu rosto, despedaçando-o pouco a pouco.

Trocamos breves olhares, talvez poderíamos ter nos tornados ótimos parceiros se Paul não tivesse beijado Coraline contra a sua vontade, e mesmo sabendo que já estávamos juntos novamente.

O restante de nós se reuniu ao redor de uma fogueira, onde jogávamos os pedaços dos corpos que dilaceramos. Os lobos ainda permaneceram por perto, olhando ao redor como se previssem um novo ataque a qualquer momento. Eu, pelo contrário, me sentia muito mais calmo. Mesmo que Victoria não tenha dado as caras, agora ao menos mostramos com quem ela está lidando.

E de repente, da mesma maneira como me senti aliviado com o fim da guerra, senti o pânico me atingir, só que com muito mais intensidade. O cheiro dela se espalhou pela clareira gramada e eu soube imediatamente que Coraline não estava bem. Seu sangue tocou as minhas narinas e eu senti o veneno se acumular a linha d'água dos meus olhos ao passo que olhei ao redor, procurando por qualquer vislumbre seu, tentando evitar as lágrimas.

Não foi difícil distinguir a silhueta de Edward no horizonte, correndo em velocidade vampírica até nós. Ele segurava minha Coraline em seus braços com o máximo de cuidado que pôde, usando uma jaqueta fedendo a cachorro para estancar o sangue que se acumulava atrás de sua cabeça. Eu ainda podia ouvir seu coração bater levemente, tão fraco e silencioso como uma cigarra durante noites frias.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora