𝐝𝐫𝐨𝐰𝐧𝐢𝐧𝐠

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𝐚𝐟𝐨𝐠𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨

MEUS PÉS CONGELARAM NO LUGAR, minhas mãos tremerem levemente enquanto eu segurava delicadamente o colar prateado entre os dedos. Com o dedo indicador, circulei as bordas do coração de rubi, virando a pedra para ter certeza que a inscrição ainda permanecia ali. Por um segundo, tive uma mínima esperança idiota que talvez, ela tivesse sumido.

Paul me acompanhou com seu olhar treinado e curioso, me senti julgada enquanto escondia o cordão em sua caixinha original, no fundo da minha mochila apoiada sobre o guidão da moto. Ele revirou os olhos quando me viu tirando a carteira da bolsa, provavelmente já preparando seu discurso. O quileute me avisou que não aceitaria meu pagamento, mas eu o ignorei.

─ Coraline! ─ Paul repreendeu, empurrando a nota de cinquenta dólares para longe. ─ Já disse que não vou aceitar seu dinheiro!

─ É seu trabalho. Não pode fazer de graça pra qualquer pessoa que você conheça, vai acabar falindo e virando um pobre embaixo da ponte. ─ minhas palavras fluíram com mais sinceridade do que eu esperava. Paul não me julgou com o olhar como qualquer pessoa normal faria, apenas se juntou a mim soltando uma gargalhada genuína.

─ Olha, eu não faço de graça pra qualquer um, só pra você. Você é minha amiga e vai acabar vendendo, então nem é justo pagar por algo que tecnicamente, nem é mais seu.

Paul sorriu levemente, dando os ombros com um olhar de quem se acha a pessoa mais inteligente do mundo. Eu assenti ao abaixar a cabeça, a consciência pesada em pensar que nunca teria coragem o suficiente para vender o maldito cordão de prata. Talvez algum dia, conseguisse voltar a usá-lo sem me sentir uma burra traída. Ele pelo menos fica muito mais bonito em mim do que guardado.

Me apoiei no banco da motocicleta e guardei minha carteira no bolso da frente da mochila, finalmente me preparando para dirigir em direção a rua de trás e invadir a casa dos Clearwater. Com a caçada dos lobos por Victoria e a busca de Charlie e Harry pelos lobos, Seth acabou se sentindo muito sozinho. Sue pediu para que eu fosse visitá-lo mais frequentemente enquanto o patriarca da família não voltasse para casa.

Com certeza não esperava ver a picape laranja que meu pai comprou de Billy pela rua principal da reserva. Não foi fácil, mas consegui distinguir o rosto da Bella pelo vidro fumê da janela. Ela dirigia em direção a floresta, o que foi muito bem frisado como proibido enquanto não encontrassem os lobos.

─ O que sua irmã está fazendo aqui? ─ Paul me perguntou com confusão, notando o mesmo que eu. E pelo que sua confusão me disse, Bella realmente seguia em direção a floresta.

─ Não sei, mas vou descobrir.

Coloquei o capacete de volta e o prendi abaixo do queixo enquanto encaixava a chave no painel. Não perdi tempo provocando Paul por ter arrancado a camisa com seu jeito sempre dramático, tendo consciência de que sua função era manter os humanos - no caso eu - a salvo. E agora, teria que se juntar a caçada com seus irmãos lobos.

Enquanto o adolescente correu para a parte de trás de sua casa, onde ele tinha acesso fácil a floresta, eu segui pela estrada onde Bella dirigia a poucos minutos atrás. Reconheci facilmente o caminho que ela seguia, uma abertura para a trilha do penhasco, onde os garotos brincaram da última vez.

Não foi difícil encontrar uma pista sobre seu paradeiro, já que Bella estacionou a picape em frente a trilha como eu imaginei. Ela ao menos trancou a porta ou fechou os vidros, simplesmente largando a chave conectada ao painel antes de correr em direção a mata escura.

Segui pela trilha conhecida, tentando fielmente não voltar pelo mesmo caminho e ignorar a futura estupidez de Bella. Não tenho certeza sobre suas intenções, mas há um pressentimento em meu peito que me diz que algo errado está prestes a acontecer, ou acontecendo bem agora.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora