𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐮𝐦 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐢𝐧𝐭𝐢𝐧𝐠
ME CONCENTREI NO CAMINHO DA ESCOLA, os fones de ouvido sem fio presos pelo capacete contra as minhas orelhas. Minhas mãos apertaram o guidão da direção para evitar que guiassem caminho até os bolsos do meu casaco de pelo. O cigarro que antes havia escondido embaixo do meu colchão agora guardado na minha blusa.
Eu tentei me controlar, precisava evitar ao máximo imaginar. Ainda assim, era difícil. Eu queria de volta a sensação do baseado quente entre meu indicador e meu dedo médio. Queria a sensação dele contra meus lábios e a fumaça impregnando o cheiro em meu nariz e meu cabelo.
Me repreendi mentalmente pelo pensamento imaturo, precisava urgentemente esquecer essa parte da minha vida. Henry já não me queria por perto, eu tentei ver isso como uma coisa boa, um sinal do universo para me afastar de qualquer problema em minha vida. Precisava evoluir, precisava crescer.
Tirei o capacete assim que estacionei a moto em minha típica vaga no estacionamento do colégio, perto dos portões caso precisasse ser rápida quando quisesse matar aula. Eu apoiei a proteção para a minha cabeça contra o guidão e baguncei meu cabelo na intenção de fazê-lo parecer mais natural.
O carro vermelho de Alice estacionou bem ao meu lado naquele exato segundo, suspirei com nervosismo ao enxergar pelo vidro a presença do seu acompanhante. Era Jasper, ele abaixou a cabeça e suspirou pesadamente, mas não moveu um músculo para sair do carro.
Hailee foi a primeira a saltar para o lado de fora, ela me cumprimentou com um beijo na bochecha e um abraço caloroso. Alice seguiu seus passos, elogiando minha moto logo em seguida.
Enquanto o casal se distanciava de mãos dadas pelo estacionamento, eu permaneci no mesmo lugar. Não era difícil enxergar pelo vidro da janela do carro, Jasper enfiou a mão pelo cabelo, coçando a raiz de seus cachos com certa violência.
Não entendi bem porque não usei o tempo que ele demorava dentro do carro para fugir, evitar um cumprimento constrangedor e uma despedida pior ainda. No entanto, eu permaneci parada. Olhando para ele como quem vê o sol pela primeira vez.
─ Oi, Jasper.
O loiro finalmente teve alguma reação, parecendo surpreso pelo meu cumprimento repentino. Ele não esperava que eu iniciasse qualquer conversa, e admito que em seu lugar, me sentiria da mesma forma. Acontece que não posso mudar meu passado e nem a forma como agi diante de tudo o que houve entre nós, mas depois de rever minha mãe e ouvir tudo o que ela tinha a me dizer, sei o que quero agora.
Renée estava certa, como ela sempre está. Sei que sou decidida e determinada o suficiente para fazer minhas próprias decisões. Eu sei o que quero e sei o que não posso abrir mão em minha vida, seja ela humana ou vampira. Querendo ou não, é o Jasper. Eu o quero por perto, não importa de que forma, eu preciso dele comigo ou se não vou sempre ter esse buraco em meu peito, esperando para ser preenchido por ele.
─ Olá, senhorita. ─ Jasper finalmente retribuiu, de maneira incerta. O loiro acenou para mim e saiu do carro com certo receio aparente.
Sorri levemente para a volta das formalidades em seu jeito de falar e tom de voz. Eu me senti de repente tímida diante o seu olhar curioso sobre mim. Era como se tivéssemos voltado no tempo, como se estivéssemos de volta aos meus primeiros meses em Forks. Meu estômago se encheu de borboletas com a lembrança de como sua simples presença é capaz de corar minhas bochechas.
─ Gostei do colar. ─ ele franziu as sobrancelhas, sorrindo de canto. ─ Esse é um rubi verdadeiro, senhorita?
─ Não sei, foi presente de um ex-namorado meu. ─ dei os ombros ao rir discretamente, uma das minhas mãos agarrando ao cordão de prata como instinto.
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𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒
Fanfic𝐓𝐎𝐐𝐔𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 | Ao voltar com sua irmã gêmea não idêntica para sua cidade natal, Coraline Swan não espera muitas novidades da pequena e pacata cidade do condado de Washington. Bem, ela também não esperava encontrar um...
