𝐮𝐧𝐢𝐨𝐧 𝐨𝐟 𝐞𝐧𝐞𝐦𝐢𝐞𝐬

3K 297 63
                                        

𝐮𝐧𝐢ã𝐨 𝐝𝐞 𝐢𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬

MEU PAI ESTAVA DORMINDO NO SOFÁ DA SALA QUANDO CHEGUEI EM CASA, eu sorri levemente com a imagem do homem de camisa listrada e olhos fechados largado no móvel da sala. Ele segurava uma de suas pastas de trabalho no colo e se mexeu levemente quando eu tentei tirá-la de sua mão para guardá-la sobre a mesinha de centro.

Charlie abriu os olhos e bocejou levemente, notando a minha presença com um pequeno susto. Eu ri um pouco quando meu pai apoiou a mão no peito, se assustando com a minha aparição repentina.

─ Bom dia, adormecido.

─ Que horas são? ─ ele questionou, sentando-se.

─ Seis da tarde. Acabei de chegar. ─ papai assentiu, abrindo sua pasta para voltar a trabalhar. Pude notar o nome Riley e a foto de um adolescente na capa, mas ignorei o formigamento em meu estômago quando olhei para seus olhos azuis. ─ Eu vou tomar um banho, você deveria descansar enquanto isso, parece com sono.

─ Estou bem, Cora.

Eu revirei os olhos com sua teimosia e dei as costas para subir as escadas e finalmente tomar um banho, relaxar com a água quente em meus ombros. Simplesmente não me preocupei em insistir para que Charlie dormisse mais um pouco, sei que herdei esse traço de teimosia dele e que quanto mais alguém me manda fazer algo, menos eu quero.

E também porque sei que ele vai voltar a cochilar assim que piscar pela próxima vez.

Ao entrar em meu quarto, senti meu corpo se arrepiar com um vento frio em minha janela aberta. Minhas cortinas se mexeram e eu olhei ao redor, desconfiando que algum Cullen estivesse aqui.

Meu coração acelerou com a sensação de estar sendo observada, meus olhos se arregalaram e eu procurei por todos os cantos do quarto, não encontrei absolutamente nada. Eu tentei me convencer de que aquilo eram apenas os reflexos de assistir muitos documentários de casos criminais, mas no fundo, eu sabia que eu não acreditava em mim mesma.

Optei por escolher uma muda de roupas e trancar a porta do meu banheiro enquanto tomo um banho quente, ao contrário do que imaginei, não consegui chegar nem perto de relaxar.

Ao sair do chuveiro, vesti calças de moletom cinza e uma blusa de pijama fina cor de rosa. Meu coração voltou a bater acelerado quando saí do banheiro e dei de cara com Jasper. Mesmo que assustada com a sua presença, não pude negar em sentir alívio ao saber que ele estava lá.

─ Porque não disse que era você antes? Eu fiquei super assustada!

Jasper permaneceu em silêncio, olhando ao redor do meu quarto como se tivesse notado algo diferente do que o de costume. Ele deu as costas para mim, caminhando ao redor com as sobrancelhas franzidas. Ele tocou a minha escrivaninha, segurou o casaco sobre a cadeira.

─ Eu já queria mesmo conversar com você, que bom que está aqui. ─ eu tentei chamar sua atenção, mas não pareceu suficiente.

O loiro a poucos metros de mim procurou algo pelo teto e as janelas, caminhou até a minha cama e tocou a cômoda logo ao lado. Ele segurou o quadro que Charlie me deu em meu último aniversário entre as mãos e folheou as páginas do livro que antes repousava sobre a madeira.

─ Jasper? O que foi? ─ ele negou com a cabeça, me encarando com o rosto tenso. Seus olhos estavam mais escuros que o normal, o que significava que ele sentia sede. ─ Jazz, fale comigo.

─ Alguém esteve aqui. ─ Hale finalmente respondeu, trocando olhares apreensivos comigo. ─ Disse que ficou assustada, viu alguma coisa?

─ Eu só... ─ imagens passaram pela minha mente, eu tentei me lembrar quando foi que a sensação me ocorreu pela primeira vez, mas acreditei que aquilo fosse simplesmente exagero e optei por ignorar essa parte. ─ Entrei no meu quarto, a janela tava aberta e a cortina voou. Eu procurei porque achei que fosse um de vocês, mas... não tinha nada.

𝐃𝐄𝐀𝐃𝐋𝐘 𝐓𝐎𝐔𝐂𝐇, 𝑗𝑎𝑠𝑝𝑒𝑟 ℎ𝑎𝑙𝑒 Onde histórias criam vida. Descubra agora