03. Quero saber.

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Do you ever get that fear that you can't shift the type

That sticks around like something in your teeth

Do I wanna Know? — Arctic Monkeys.

ARABELLA

Fiquei tão ansiosa que senti meus dedos tremendo levemente, novamente uma dúvida me assolou, se eu fizesse aquilo estaria voltando ao circulo vicioso que um dia eu já estive? Onde todos os dias precisava me informar sobre ele, em que no meu navegador os primeiros endereços sempre eram os dele. Bem, não faria mal nenhum se eu desse uma olhadela e soubesse como está sua vida, certo? Certo.

Li os dois endereços. Com um sorriso os digitei no meu navegador.

Vamos ao "normal" antes de tudo, no "wrothh" encontrei seu twitter, bem, as coisas pareciam que ia voltar ao círculo de sempre, só que agora temos uma grande diferença daquela época e não é o fato de que eu moro a duas quadras dele, mas sim que eu não tenho tanto tempo livre para ficar dando uma de stalker por aí.

Não fiquei muito tempo por ali, logo estava na outra página dele. Sexsslave continuaria sendo um lar de pessoas taradas, que nunca realmente foi o meu caso. Eu gostava mais de ficar lendo as suas respostas do que vendo a pornografia contida ali. Ele sabe ser ironicamente engraçado, até sendo grosso tem seu toque de graça.

Eu quero saber como estava seus dias sem o meu monitoramente constante, fiquei lendo e relendo algumas perguntas, notando que realmente aconteceu muitas coisas com ele, na sua maioria ruins, pelo visto o ano de 2014 não tinha sido um ano ruim apenas para mim.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, vistoriando tudo, quando ouvi batidas na porta em seguida Lucy passando pela mesma. Ela continua não entendendo o significado da palavra "privacidade". Bufei fechando o notebook e colocando de lado.

— Fala logo o que quer. — sentenciei, ela fez uma careta.

— Seja mais amável com sua irmã, chata. — Falou sentando-se ao meu lado.

— Certo... Certo. Vamos lá, o que aconteceu, pegou outra menina? — Perguntei imaginando que seria isso, ela só sabe conversar sobre isso.

— Sabe, eu sempre me considerei lésbica, já fiquei com meninos, entretanto nunca cheguei naquele ápice com nenhum, nem eles me chupando nem eu chupando eles, mas com mulheres sempre foi diferente. Eu sentia tesão de verdade. — Ela falou encarando o teto do meu quarto, olhei para ela completamente corada.

— Qual o problema nisso? — Perguntei apertando uma mão na outra.

— Eu venho saindo com uma cara. — Sussurrou me olhando em seguida. Suspirei esperando ela continuar. — Ele me faz sentir aquele tesão todo, sabe? Eu gosto de verdade de chupar o...

— Ai meu Deus! Sem detalhes. — Ralhei me levantando e começando a caminhar pelo quarto.

— Ok, desculpe-me senhorita puritana. — Suspirou prosseguindo. — Quero só ver como você vai agir quando tiver namorando, na hora H se fala cada putaria, você falando deve ser bem engraçado...

— Pensei que o assunto fosse você e não eu. — Sentenciei corando ainda mais. Ela riu alto e eu a acompanhei.

— Certo. Então, acho que gosto de verdade desse cara, será que eu não sou lésbica? — Perguntou me olhando diretamente nos olhos. Suspirei novamente.

— Sabe o que eu acho? Que os outros não era paixão, por isso você não conseguia se entregar para eles, e esse agora é diferente, você realmente gosta dele, do toque dele. — Sussurrei corando ainda mais.

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora