23. Hora do pesadelo.

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ARABELLA

Naquela manhã de trinta e um de outubro, acordei suada sentindo meu corpo tremer levemente, não tinha sido um sonho, tudo era um pesadelo. Fiquei de olhos bem abertos com o medo me corroendo com a simples possibilidade de fechá-los e ver, nem que por segundos, aquelas imagens novamente. Fazia tanto tempo que eu não tinha aqueles pesadelos, pesadelos que eu vivi na vida real, suspirei querendo chorar. Só poderia ser algum tipo de má sorte, peguei o celular perto da minha cama vendo as horas, quase cinco da manhã, um longo. Suspiro saiu pelos meus lábios novamente. Sábado de Halloween, acordo de um pesadelo que durante um bom tempo eu vivi e, não, isso não poderia acontecer, não poderia simplesmente abrir os olhos e ver que foi um sonho ruim, porque tudo acontecia na vida real.

Passei a mão na minha testa em uma tentativa falha de conter o suor do local, meu pijama estava um pouco grudento. Peguei a minha toalha indo em direção ao banheiro, um banho iria ajudar a aliviar toda aquela tensão espalhada pelo meu corpo.


****

De banho tomado e trocada de roupa, desci os degraus indo em direção a sala e depois a cozinha, a fome veio com tudo, preparei uns bacons e o café na cafeteira, sem querer fazer grandes coisas. Ao me virar para sentar-me a mesa, dou de cara com a Agnes me observando.

— Oi, você me assustou — disse, a fazendo sorrir levemente.

— Desculpa, eu estou com insônia e senti o cheiro de bacon... — Apenas assenti, convidando—a a se sentar. Eu fritei bacon demais, não seria problema dividir um pouco.

Comemos em silêncio, levantei assim que tinha terminado de comer, coloquei as louças na pia sem vontade de fazer grandes peripécias. Puxei uma cadeira, me sentando novamente e ficando cara a cara com Agnes.

— Você tem muito insônia? — perguntei, tentando puxar assunto.

Ela sorriu balançando a cabeça.

— Muito, também troquei os horários tudo hoje, com isso de estudar para a prova e tudo mais. — Agnes estuda comigo, então eu sabia bem do que ela estava falando. O nosso professor Gregori voltou a nos dar aula, porém agora ele parece ter me esquecido, o que não acho de forma alguma ruim, isso ótimo! Mas ele veio mais severo, com todos. Acabamos fazendo uma prova na semana passada.

— Eu entendo muito bem, quase surtei com tantos trabalhos para entregar e ele ainda vem com uma prova com praticamente todos os assuntos estudados até aqui — resmunguei.

— É complicado, mas... Iai, tá' tudo bem? — perguntou, acho que na tentativa de não deixar o assunto morrer. Apenas fiz um movimento afirmativo de cabeça, são seis horas da manhã praticamente, estou menos sociável que nunca. — Estive conversando com uma menina que diz ser da tua cidade, Elisabeth. — falou me fazendo encará-la.

— Conversando por aonde?

— Facebook, ela parece ser uma pessoa legal e falou que te conhecia quando falei que conhecia alguém de lá e disse seu nome. — Sua conversa me fez ficar levemente tensa, o pesadelo e agora esse papo? Suspirei balançando a cabeça, eu estou imaginando coisas.

— Oh! Eu não conheço muita gente da minha cidade, apesar de lá ser um cubículo, nunca fui muito sociável.

— Ela falou, mas o foco do nosso assunto nem foi isso, como eu disse, ela parece ser alguém legal. — Agnes deu de ombros, em reflexo o que acabei fazendo também.

— Pois é, eu vou subir e ver se durmo mais um pouco — falei, me levantando e seguindo o caminho até o meu quarto.

Encarei a minha cama sentindo um cansaço enorme atingir meu corpo, peguei o celular vendo se tinha algo de interessante e fui para o twitter, o meu muro das lamentações.

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora