22. Confiar.

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ARABELLA

Encarei minhas unhas notando que precisam serem pintadas, mas estavam novamente curtas demais e não gosto de pintá-las assim, fica estranho. Faz duas semanas que Gabriel e eu nos beijamos, as coisas estavam... Normais. Não sei muito como pessoas que ficam se beijando agem o tempo todo ou com o passar do tempo. Ele deu uma sumida na última semana, nós conversamos bastante por mensagens, na maioria das vezes à noite porque ele tem um problema sério com insônia, tipo eu antes de entrar na universidade. Estamos mais próximos que nunca do Halloween, dia 31 de outubro. Ainda estava decidindo se iria participar realmente de alguma festa referente a isso, apesar de ter uma paixão indescritível por fantasias.

Peguei meu notebook e entrei na minha conta do skype, sai mais barato conversar por ele do que ligações convencionais. Principalmente quando é para outro estado. Percebi que o Christian não estava online, olhei novamente o horário no computador, 14h, havia acabado de chegar da Universidade e ainda estava vestida da mesma forma que fui. Retirei os tênis me deitando na cama, mexi meu corpo tentando que o notebook ficasse em uma posição confortável sobre mim.

Mandei uma mensagem para o meu pai, avisando que eu já estava online.

Fiquei zapeando pelas minhas redes sociais até que vi a chamada de vídeo do meu pai, finalmente!

— Hey, pai! — falei, com um sorriso estampado no rosto. Ele não parecia estar em casa.

Oi, filha preferida! — exclamou, me fazendo rir. Ele parecia estar buscando uma posição confortável com o notebook em mãos, assim como eu fiz minutos atrás.

— O senhor fala como se tivesse mais de uma filha, ou será que tem e não sabemos? — perguntei o fazendo gargalhar alto.

Tenho apenas você, que já dá trabalho por umas três.

— Que audácia! Mas fala pai, o que o senhor queria comigo?

Já pensou sobre começar a consultar um psicólogo?

— Não irei consultar ninguém — bufei. — O senhor não está em casa?

Não, hoje tive horário extra na Universidade e só irei chegar em casa pela noite, querida filha.

— Cuidado com o caminho até em casa, essa sua moto é uma arma — falei, usando as palavras dele quando uma vez eu pedi para dirigir sua moto, ele surtou falando que seria perigoso demais, mal sabia que já tinha tido aulas de motocicleta com meu primo Aaron.

Você é tão engraçada, Arabella. — Seu sarcasmo é lindo.

Então notei melhor a aparência do meu pai, Christian é o que você tem a impressão de ser um homem grande, cabelos cortados curtos no meio termo entre liso e ondulado, de porte atlético, de primeira quem olha para ele já imagina que é uma pessoa ranzinza que vive brigando e resmungando, bem, quando o mesmo está chateado realmente fica muito resmungão, porém é muito alegre e amoroso, adora dar abraços, não gosto muito desse lado do meu pai, ficar pegando em todo mundo, é muito espaçoso.

— Mas enfim, eu queria falar contigo, que o dinheiro do mês já está depositado na sua conta, além de que coloquei um acréscimo que você falou que tinha umas coisas para pagar — explicou, me fazendo olhar nos seus intensos olhos azul. Não entendo como eu fui nascer com olhos verdes, minha mãe não os possui, os dela eram um marrom claro chegando a ser amarelo. Eram lindos... Pena que não admirei por muito tempo.

— Entendido, capitão — falei, batendo continência — E a vó Judy? Como estão as coisas por aí?

Christian começou a falar desenfreadamente, ele é bem assim, só dar um pouquinho de corda e já fica todo solto. Gostei da maioria das informações, claro que ele estava ocultando que algumas pessoas o infernizaram perguntando sobre o eu e o Max, mas apenas deixei quieto, conversei com a minha prima e ela me explicou tudo. Tinha gente me culpando por isso tudo, odeio pessoas que ficam se metendo em assuntos que nem sabem a real verdade.

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora