21. "Look after you."

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ARABELLA

Encarei todas as minhas roupas jogadas na minha cama. Certo, eu achei que nunca fosse chegar nesse momento em que estaria terrivelmente preocupada se alguém iria ou não gostar da minha roupa, bem, eu estou mais que preocupada neste segundo. Pensei em ir de vestido, mas seguindo a linha de raciocínio que ainda me restava, se iríamos sair ainda pela tarde seria melhor algo prático. Lucy está lá em baixo com o seu namoradinho e nem para me ajudar. Bufei.

Peguei uma calça jeans clara, um top e um suéter, apesar do tempo estar um pouco quente, o tecido era cheio de buraquinhos e quando a noite chegar eu não iria morrer derretida dentro daquela roupa. Retirei a toalha do corpo e vesti a roupa escolhida, coloquei meus tênis da marca Vans, pensei no que fazer com meu cabelo, mas ele já estava secando naturalmente.

Deixei os fios soltos, sendo segurados apenas por uma tiara de pérolas, bem feminina para alguém como eu, mas eu adoro tiaras. E eu fico muito... Menininha quando as uso, principalmente com meus cachos soltos.

Olhei—me no espelho avaliando a minha roupa, não estava de todo mal. Passei um gloss nos lábios e rímel nos olhos, sem grandes façanhas, claro.

Peguei o relógio colocando no meu pulso, quase o horário marcado por Gabriel. Sábado estava um dia nem tão ensolarado como é corriqueiro, uma chuva seria estranho já que estamos no segundo mês mais quente do ano. Respirei fundo pela décima vez no último segundo.

Eu me sentia nervosa, porém ao mesmo tempo feliz. Novamente, estava na frente do espelho analisando—me, depois de poucos segundos peguei a pequena bolsa e desci as escadas indo me sentar na sala. Louis e Lucy estavam sentados em uma extremidade do sofá, os dois esbanjaram seus melhores sorrisos ao me ver. Sorri, correspondendo—os.

— Então alguém tem um encontro hoje? — Ouvi o timbre diferente dos meus dois amigos, era a Agnes que está cada dia mais estranha.

— Yeah! — exclamei, sem grande vontade de explanar sobre isso.

— Boa sorte — ouvi—a falar antes de sumir da sala, entrou de repente e saiu da mesma forma, ela realmente vem ficando um tanto estranha, e não estranha no sentido bom.

Depois que ela saiu, um silêncio agradável se instalou, sábado a maioria sai e vai curtir seu final de semana de alguma forma. A dona Laís apareceu aqui e proibiu festas novamente, a house party de quarta—feira rendeu isso, ela falou que os poucos vizinhos reclamaram e ainda falaram que iriam nos denunciar, já que é uma casa de jovens estudantes e parece muito estranho durante o meio da semana estarem a dar festas. Foi uma briga que eu não comprei, fiquei apenas na minha ouvindo tudo.

Finalmente ouvi a buzina, ugh. Eu deveria ficar mais calma, não é? Não!


****

Certo, estou no carro dele, com o cheiro dele, sentada ao lado dele, pensando em como a vida fica bonita com ele. Gabriel fica sorrindo para o nada e eu fico sorrindo para ele, a coisa mais estranha que existe. Ainda não superei as indiretas trocadas no twitter, os elogios, ainda considero que isso tudo esteja indo rápido demais e sinto minhas pernas bambearem e meu coração saltar, porém isto faz eu dar um passo para trás ao invés de ir para frente, começo a desconfiar de tudo, sou tão fodidamente fodida.

Isso me assusta.

— Então para onde iremos? — perguntei, sabendo qual seria sua resposta, já que estava fazendo a mesma pergunta pela terceira ou quarta vez.

— Pensei que segredos não fossem revelados com tanta facilidade — sentenciou ele, me fazendo encará—lo sem entender muito bem de início.

— Eu te odeio — murmurei, mais para mim mesma que para ele ouvir, mas o seu riso rouco denunciou.

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora