E quando dei por mim, me vi assim, vai ser bem melhor eu te esquecer... Tentar viver, sem olhar para trás, sem me arrepender do que não fiz. - Zimbra, Em vão.
Fevereiro de 2015, atualmente.
ARABELLA
Dois mil e quatorze foi um ano que me marcou de formas tão diferentes e em sua maioria em situações ruins, sentimentos de desesperança, dói tanto você deixar de ser importante para alguém e aquele alguém continuar sendo importante para você.
Estava passando por uma época bastante difícil, eu nunca fui do tipo que ficar falando o que sentia, entretanto escrever é a minha paixão, que faz sentir o peso daquelas palavras, uma a uma, saírem de dentro de mim e a sensação de cansaço ir cessando, não completamente, porque vem sempre outro alguém e machuca.
Conhecer pessoas pela internet era algo normal para mim, algo corriqueiro, mas quando você vê algo "indo embora" mesmo que possa ter trinta lhe rodeando, a dor não diminui, muito menos se torna inexistente. Eu o conheci meio sem querer, sempre fui do tipo curiosa que quando está no tédio procura até o que não lhe interessa.
Assim cheguei até ele.
Certo! Não me lembro com precisão como, mas foi antes dele completar vinte anos, um bocado antes. Seu tumblr era o estilo que estava em alta no momento, erótico. Por um tempo eu deixei de entrar no tumblr, de querer estar ali todos os dias, mas voltando ao assunto ele, assunto esse que me perseguiu por quase dois anos, na verdade ele era uma pequena obsessão minha, nutria uma admiração tão grande que teve momentos que confundi com amor, não sei se o amei de verdade, eu nunca tinha visto-o pessoalmente, mas quando eu fiquei frente a frente com o mesmo, senti algo diferente, uma mistura de incredulidade com uma sensação de satisfação.
E o nervosismo aflorou de forma incrível, é algo meio bobo de ficar se pensando, certo? Não! Não quando eu realmente quase fiquei obsessiva por ele, quando entrava em quase toda rede social, quase todos os dias. Poderia facilmente ser confundida com uma stalker, o que obviamente não era saudável.
Suspirei pensando pela milésima vez se eu acessava suas contas de novo, ou apenas ficava ali encarando o teto do meu quarto. Deixei o notebook de lado, me sentando na ponta da minha cama.
Isso seria algum tipo de pegadinha comigo? Quero dizer, eu realmente não lembrava dele, só quando ouvia Oasis, o que é raro. Tudo que eu tinha dele havia sido deletado da minha vida, os covers baixados, o facebook eu havia excluído, o instagram que eu usava nem era meu, de uma amiga de sala. Novamente um suspiro saiu por entre meus lábios.
Já fazia quase dois anos que eu havia deixado de lado aquela minha obsessão. E o mais irônico de tudo, não foi apenas eu o ter encontrado pessoalmente depois de tê-lo riscado da minha vida, mas sim, que ele não sabe da minha existência.
E quando eu digo que "ele não sabe" talvez eu esteja mentindo. Mas eu nunca mandei nem um "oi" pra ele em alguma ask, sendo em anônimo ou não, só que suas respostas - a outras asks - eram sempre ou grosseiras e frias ou calorosas demais, e por incrível que pareça, era sempre engraçado quando ele era grosso quando uma menina - supostamente - mandava asks com coisas sexuais que queria fazer com ele.
Tudo dependia de seu humor, nem sempre bom.
Balancei a cabeça afugentando tais pensamentos, só o que faltava é vê-lo voltar a ser aquela ideia fixa, que eu acordava com ela na cabeça e ia dormir do mesmo jeito.
Desci as escadas indo em direção à sala, depois à cozinha. Um lanche faria bem, muito bem. Ainda com os pensamentos em conflitos, tirei o café pronto da cafeteira e preparei um sanduíche sem grandes mágicas.
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Arabella ✓
RomantizmQuando eu preciso me proteger da realidade, dou um mergulho profundo em meus devaneios. Eu poderia ser a música que ele quisesse, assim como ele seria minha melodia. Nós nos completamos de uma forma nova e totalmente inesperada. Não procurava por co...