29. Um longo tempo.

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ARABELLA

Falta apenas quatro dias apenas para voltarmos para Berkeley, olhei o sol no seu ponto mais alto no céu, todo mundo tinha ido para a cachoeira, menos eu. Sem chances de ir hoje, fora que eles combinaram de ir outra vez antes de irmos embora, deixo para a próxima. Mas fiquei me pisando na cozinha vendo a Judy cozinhar, já era umas seis da noite e nada deles voltarem, acham que aqui é bagunça? Que não tem horário para voltar? Bufei irritada. Gabriel só de calção andando por aquele lugar que deveria ter mais gente que apenas a minha família que foi, aff.

Não quero ficar paranoica achando que o Gabriel está sendo assediado por alguma mulher de biquíni em um lugar paradisíaco, eu deveria ter ido. Isso sim! Percebi Judy me observando, porém não conseguia ficar quieta. Eles estavam demorando demais já.

— Algum problema? — seus olhos acinzentados me fizeram analisar e falar.

— Gabriel que não volta, com os outros — completei.

— Você e esse menino, o moreno, tem algo além de amizade? — minha bisa foi tão direta, mas sempre fui sincera com ela.

— Nós estamos namorando... — sussurrei, ela sentou-se ao meu lado.

— Você acha certo seu pai não saber disso?

— Eu não sei como apresentar, Judy, eu nunca apresentei namorado nenhum!!

— Eu sei, querida, eu sei. Mas seu pai já está desconfiado, porém eu fiquei calada.

— Eu vou conversar com ele.

— É assim que se fala — ela respondeu me dando um sorriso encorajador, no minuto seguinte ouvimos um barulho de carro chegando e vozes altas.

Finalmente eles chegaram!

Contive a minha vontade alucinógena de correr até o Gabriel, apenas dei um sorrisinho para eles fingindo estar ajudando a bisa. Mas o seu corpo ficou próximo ao meu, do meu lado. Ao olhar para ele o mesmo sorria para mim e simplesmente fiquei analisando sua boca, seu queixo... Até ouvi o grito da Judy e perceber que a massa que estava fazendo, quase caía do prato. Sorri constrangida não olhando mais para lado nenhum.


****

Senti uma presença perto de mim, olhei vendo a Lucy se sentar ao meu lado no sofá,

já haviam todos jantados e agora alguns bebiam cerveja enquanto conversavam. Gabriel e meu pai falavam animadamente sobre um site, com o Louis olhando na nossa direção.

— O Louis não tira os olhos de você, fez ele ficar gamado — comentei rindo levemente bebendo meu suco de uva.

— O sujo falando do mal lavado, senhorita — Lucy ria enquanto falava. — Como estão as coisas com você dormindo a praticamente uma semana todos os dias com o namoradinho? — eu gosto dela direta, porém olhei ao redor tentando perceber se alguém estava ouvindo-nos.

— Por que não grita logo? Isso não é assunto para aqui, na sala, qualquer pode ouvir — murmurei a fazendo rir.

Acabamos subindo para o meu quarto, eu sabia que o olhar dele estava em mim todo o trajetória té não me ver mais, temos essa sincronia estranha às vezes. Lucy ficou brincando que não iria se sentar na minha cama, por que a coxa estaria cheia de esperma, eu apenas ria das loucuras que ela falava.

— Eu mereço mais respeito, sabia? — murmurei cruzando as pernas sentadas na minha cama.

— Vai dizer que vocês não fazem nada? — perguntou finalmente se sentando. Ela estava com uma sobrancelha levantada, apenas ri. O cabelo dela, curto e com franja estava um tanto bagunçado e sua pele um pouco avermelhada, efeito cachoeira e sol.

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora