19. Mordidas.

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ARABELLA

Minhas mãos estavam ainda apoiadas em sua nuca, como um ponto de apoio para eu não cair. Afinal, estava sentindo meu corpo como uma gelatina. Derretido. Nossos corpos colados deixando claro que não estávamos apenas conversando ali, nossas bocas unidas em sincronia perfeita uma com a outra... Eu só conseguia sentir a felicidade me completando.

Então o beijo foi parando e encostei a minha cabeça no seu peito, ouvindo os batimentos cardíacos acelerados dele como se fossem a Fur Elise de bethoveen.

Nunca me senti tão segura nos braços de alguém como naquele momento. E segurança e confiança eram as palavras chaves para deixar me envolver com alguém, eu realmente precisava sentir aquilo, porque, se não... Eu iria fugir na primeira oportunidade.

— Então quer dizer que você veio aqui hoje na intenção de beijar uma senhorita Arabella? — perguntei, brincando com o tecido de sua camisa preta com o emblema do the kooks.

— Na verdade eu não tinha certeza se iria acontecer, ela é bem misteriosa e fria, às vezes, porém tentei a sorte — sentenciou, me fazendo encará-lo enquanto sua mão, que antes estava no meu cabelo, agora estava na minha cintura.

— Humm, interessante. Misteriosa e fria? Pensei que os rapazes preferissem as "claras e quentes". — Ele rapidamente sorriu. Quando Gabriel sorri, seus olhos diminuem radicalmente, seu sorriso ocupando praticamente todo o espaço no seu rosto.

Aquele tipo de sorriso cheio de dentes brancos e com as presas de vampiro afiadas, aquele sorriso que qualquer garota gostaria de ter direcionado para si.

— Eu não sou como a maioria, gosto de desvendar mistérios. É sexy e entusiasmante. — Foi a minha vez de rir.

— Você não presta! — exclamei, o fazendo pegar minha mão e beijar a palma, oh.

Educado e cavalheiro fora da cama. Controlador e selvagem nela. Conhecer as preferências sexuais de alguém tão afundo chega a ser um pouco constrangedor, principalmente quando você pensa demais na pessoa fazendo vários tipos de coisas diferentes com você.

— Isso não é estranho? Digo, você não parecia interessado assim em mim — falei, sem realmente pensar antes de proferir tais palavras. Ouvi seu suspiro, novamente levantei o olhar suficiente para olhá-lo nos olhos.

Gabriel têm aquela beleza um pouco exótica, não era feio, nunca seria aos meus olhos, mas não era todas que chegariam e falariam que ele é bonito, algo que eu compreendi. A beleza interior dele sobressai a exterior. Seu sorriso é lindo, sua voz rouca é deliciosa de se ouvir, seu sotaque carregado deixava qualquer palavra sexy, droga. Eu o considero o que as escritoras falam de pecado em forma de gente, me sentia ousada.

— Como eu disse, às vezes você era fria e outras ficava me olhando e sorrindo, nas mensagens sempre engraçada e, por vezes, tímida. Arabella ainda é um mistério em forma de garota que eu pretendo desvendar, parte a parte — disse ele, me fazendo corar levemente.

Novamente meu rosto estava enterrado em seu peito, apesar dos meus 1,70 praticamente, ainda não era suficiente contra os quase 1,82 dele.

— Mistérios às vezes existem para esconder coisas feias — falei, ouvindo sua respiração mudar. Meus mistérios não são limpos, nunca me considerei alguém misteriosa de verdade, aquele adjetivo me deixou... Surpreendida.

Então ficamos ali, com nossas respirações sendo misturadas, mas comecei a ficar cansada de tanto ficar em pé. Tentei analisar as possibilidades, porém não queria o Gabriel indo embora ainda... Eu vicio rápido, muito rápido.

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