31. Conflitos.

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ARABELLA

Eu costumo pensar que as decisões certas ou erradas que tomei nos meus dezenove anos de existência foram pensadas ou com inteligência ou com prudência, também tem meu senso de sempre querer proteger quem eu amo.

O que Gabriel me disse não saiu da minha cabeça "não deixar eles te protegerem". Dia três de Janeiro de 2016, a volta para Berkeley foi mais dolorosa que imaginei, o ano de 2014 foi um dos anos mais dolorosos e quando dizem que a dor nos faz crescer, oh sim, ela faz. 2015 não consigo definir com palavras explícitas, foi um ano calmo, com seus altos e baixos, marcante por pessoas que conheci, Gabriel por exemplo, o maior exemplo na verdade. Sem esquecer do Louis, meu melhor sempre.

Suspirei pegando meu celular e desbloqueando a tela, liguei o wiriless deixando todas as mensagens e notificações chegarem, o tanto de mensagem em um aplicativo de mensagens me desanimou um pouco, eu realmente fiquei apenas um dia offline? Meu Deus! Bem, eu havia recriado uma conta nesse aplicativo, decidi que seria mais... Não sei ao certo o que, mas apenas mais.

Encarei no quadro a última aula do dia, apenas o título do capítulo que estávamos debatendo até finalmente sermos liberados para ir embora. Com o celular no bolso traseiro do jeans, sinto novamente ele vibrar, porém me foco mais em ajeitar a mochila e os livros. Como hoje minha carona será com o Louis, me sentei no caminho que ele passa para sair do campus, deixando aquela mochila pesada de lado. Peguei o celular abrindo todas as notificações, me focando mais nas pessoas que eu realmente conheço, até chegar mais uma mensagem do Gabriel. Apesar de saber que ele não gosta que o chamasse de daddy, o salvei assim mesmo.

My Daddy: Bom dia, Curly

My Daddy: Estou no hospital, responde quando ver a mensagem.

Rapidamente respondi sua mensagem, fiquei com vontade de ligar, porém sem saber se ele poderia ou não atender, achei a melhor opção no momento.

Eu: Como assim, hospital?? O que você têm???

Eu: Ei, já passou um minuto, não me dá vácuo!!! GABRIEL!!!

Eu: Agora são um minuto e meio...

Fiquei batucando na tela do aparelho esperando algum sinal de existência quando vi o Louis vindo na minha direção, me levantei com o celular em uma mão e pegando a mochila com a outra, ao notar na tela do mesmo uma nova mensagem do Gabriel.

My Daddy: Desculpe, foi meu sobrinho que nasceu! Edward veio ao mundo com 4,800kg é um bebezão!

Eu: Como assim sobrinho? Não sabia que você ia ganhar sobrinho...

My Daddy: Desculpa, novamente, Curly. É que era um assunto proibido em casa por causa da minha mãe que não aceitou bem a gravidez da Stella, por estar tão acostumado em não tocar no assunto dentro de casa acabei não falando pra ninguém, na verdade. Mas bem, ele nasceu!!

Eu: Oh! Bem, ao menos veio com saúde! É do Julien?

My Daddy: Sim, sim. Só tenho ele de irmão, Curly.

Eu: Ah! Vai saber... Não sei muito da sua vida, pelo o que estou notando...

Mandei a mensagem guardando o celular no bolso do jeans, sinceramente. Como ele não me disse que vai ter um sobrinho? Como? Suspirei sentindo os braços do Louis envolverem meus ombros. Ele deu aquele sorriso encorajador que sempre dá, às vezes acho que ele consegue perceber quando não sou 100%.

— Você sabia que o Gabriel tem um sobrinho? — perguntei sem olhá-lo.

— Bem, o Julien vai ser pai esse mês se não me engano. Por que?

Arabella ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora