20. Indiretas diretas.

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ARABELLA

Olhei mais uma vez para o rosto dela sentindo todas as minhas forças esvaziarem, olhei no relógio ainda marcava 20h da noite, na faculdade hoje pela manhã foi basicamente eu como um zumbi por não ter dormido na noite passada, já que a passei quase toda beijando, quem diria Arabella Roth, a estranha e antissocial... Não digo que quebrei regras, por que eu realmente nunca fiz o gênero que cumprisse isso.

— Lucy você realmente me acordou para saber isso? — perguntei sabendo que não era saber se tinha sido bom os beijos de Gabriel, ela queria o meu sangue junto, conheço a irmã que tenho.

— Não seja dramática nesse momento, você finalmente desencalhou e eu ajudei um pouco nesse processo, preciso saber se ele tem pegada como parece, se valeu a pena — sua voz cintilante ocupou todo o meu quarto, apenas pensei uma forma silenciosa de matá-la.

Me dando por vencida, sentei na cama tentando arrumar o meu cabelo completamente bagunçado, puxei a coberta cobrindo as minhas pernas e me encostei na parede que fica do lado esquerdo da cama.

— Ele beija maravilhosamente bem, tem uma puta pegada, é muito bom em tudo. Quer saber mais o quê?

Ela riu pela forma resmungona que respondi, apenas ri levemente sentindo minhas bochechas esquentarem, odeio corar na frente da mana por que ela me olha como se eu fosse aqueles ursinhos de pelúcia e sempre aperta as minhas bochechas, como estava fazendo naquele momento.

— Tão fofo, já shippo vocês, Arabel? Arabriel? Qual o shipper? — perguntou mais como se fosse para si mesma, deixando as minhas bochechas quietas. — Mas espera, você falou "puta pegada" eita, o negócio foi bom mesmo!

— Não começa, ok?

— Mana, vocês ficaram se agarrando na sua cama... Não rolou mão boba? Fala poxa, eu não falo do Louis por que tu és toda "sem detalhes", porém eu amo detalhes.

— Quer saber se ele pegou na minha bunda? Nos meus peitos? — ri das minhas próprias perguntas.

— Nos peitos eu acho que não, mas na bunda... — os olhos dela estavam semicerrados e eu sorri sabendo que Lucy estava no modo desconfiado.

— Quase — gargalhei em seguida.

— Sua nojenta! Como assim quase? Já marcaram algo?

— Na verdade hoje o dia foi basicamente eu pensando coisas pecaminosas e isso me assusta um pouco — murmurei me deitando e encarando o teto, sem realmente querer olhar nos olhos da Lucy.

— É normal você querer o crush dentro de você, ué.

— Mana...

— Certo, qual seu medo?

— Não é bem um medo, mas eu acho um tanto... Errado? — perguntei incerta.

— Qual seria o "errado" em você ter pensamentos do tipo? Arabella!

— Eu só... Antes quando eu pensava nesse tipo de coisa me vinha à mente o... Bem, você sabe, eram pensamentos sem querer e por esse motivo talvez eu tenha me privado disso tudo, só que...

— E agora quando você pensa no Gabriel transando contigo, te vem a mente o Max?

— Não exatamente, mas o fulano aí fez eu colocar na cabeça que sexo é algo sujo, mas sujo para um lado ruim, entende?

— Seu pai já disse que seria ótimo um psicólogo...

— Não! Já falei que não, eu não penso em Max desde a morte dele e por isso nunca abri a carta que ele deixou para a mãe. Mas eu tenho medo de sei lá, eu estar com o Gabriel e o Max me vier a mente e eu simplesmente travar e fugir, entende?

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