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(150 comentários e eu solto outro ainda hoje)

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(150 comentários e eu solto outro ainda hoje)

——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA
🏟️~×  PÓS-JOGO, SÃO PAULO ———
29 de junho de 2023.

Encarei a corrente de prata caída ao lado do jeans que eu tinha acabado de tirar com o cenho franzido.

—Amiga por favoooor — Carina continua falando do lado de fora da porta do banheiro — Faz a boa, eu preciso do quarto vazio.

Claro que ela precisa do quarto vazio, já chegou me contando que tinha combinado de passar a noite com o Raphael Veiga.

—Fora que o Piquerez tava atrás de você, queria até seu telefone pra confirmar se você não ia mesmo.

—Oi? — Balancei a cabeça negativamente pra espantar os pensamentos e me agachei, pescando a corrente de prata entre os dedos.

—Bom que você fica numa boa na cama dele e eu fico numa boa na minha cama com o Veiga, a conta bate e todo mundo sai feliz — Ela insiste.

Aquela partezinha de mim que não sabe dizer “não” acaba se sobressaindo. Eu fico pensando que já enrolei tanto de sair com a Carina que dizer não agora seria a gota d'água, ela nunca mais ia me chamar e provavelmente iria se afastar de vez.

É uma batalha perdida. E aposto que ela sabe que vai ganhar.

—Bora pra festaaaa, Luísa — Deu murros na porta do banheiro enquanto eu revirava os olhos e abria pra sair — A gente só vive uma vez e você precisa me contar se o Piquerez só tem a cara de bobo mesmo.

Fiz uma careta. Não porque não queria saber se ele tinha só a cara de bobo, mas porque conseguia contar nos dedos de uma das mãos quantas vezes fiz o que ela espera que eu fizesse.

Até tive uma fase na adolescência, andando com companhia errada, me deixando influenciar e sendo Maria vai com as outras, mas essa fase acabou quando percebi que tinha que fazer porque queria, não pra agradar ninguém.

—Tá. Tá bom — Consenti enquanto ela me balançava e pulava como uma maluca.

Eu provavelmente ia me arrepender, mas pelo menos ia conseguir devolver a pulseira do cara ou algo assim, então coloquei uma roupa e entrei dentro do carro do meio-campista do Palmeiras.

A sensação dentro do carro é que nasci pra ser uma eterna vela. Parece que todo mundo ao meu redor consegue se relacionar e ser feliz enquanto eu fico nessa fase eterna de “enrolação” ou de “foi quase”.

Tive dois relacionamentos até então, se é que posso chamá-los assim. O primeiro foi fofinho, aquela coisa de ensino médio, sentar em cadeiras do lado um do outro, ficar de mão dados no pátio e afins. O segundo foi meu grande amor e também foi quem mais me magoou. Fico pensando se a maior parcela de culpa de não ter dado certo foi minha ou se já estava fadado ao fracasso por ele ser um completo babaca.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora