𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐈𝐍𝐈𝐂𝐈𝐀𝐈𝐒:
Passadinha rápida pra dizer que assim que esse capítulo bater 300 comentários eu volto com o próximo! Só vale se bater ainda HOJE então COMENTEM bastante e matem a saudade 👀👀
——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO
Três dias depois.—Você não escutou o que eu falei? — Mamãe resmunga mexendo com a concha de madeira uma panela grande que não fazia ideia que tinha no armário.
—Por supuesto que escuché (claro que escutei) — Papai responde colocando o talher do lado errado de novo — Pero soy yo quien pone la mesa, no tú (mas quem tá colocando a mesa sou eu, não você).
Até eu que não acredito nesse negócio de chakras sei que os da minha mãe estão todos desalinhados agora. É isso que colocar ela e meu pai no mesmo ambiente causa. Desalinhamento de chakras e os caralho.
—Dá pra você fazer as coisas direito? Qual seu problema? Garfos à direita, facas à esquerda. Vou precisar falar em castellano? — Ela força um sotaque. De propósito, é claro.
—Dios no lo quiera. Tu voz ya es aburrida en portugués, escucharla en español sería un castigo (Deus me livre. Sua voz já é chata em português, escutá-la em espanhol seria um castigo) — O tom na voz dele é ácido, mas o toque de deboche está presente no fim da frase.
Os dois não param de discutir desde que ele chegou, pouco depois do almoço. O único momento de paz na casa se deu quando o telefone movimentado do meu pai tocou e ele saiu para o lado de fora afim de atender. Depois disso eles discutiram sobre o som tocando baixinho na sala, a cor dos meus tapetes e o nome do meu gato.
Incrível como estão sempre procurando algo pra disfarçar que na verdade ainda são apaixonados um pelo outro. Incrível.
—Não. Podemos. Nunca. Ter. Um jantar. Em família. Em paz? — Mamãe diz pausadamente, colocando força demais na hora de mexer a comida na panela.
Voa paella de frango pra todos os lados no fogão e eu deslizo na cadeira da mesa de jantar.
—Todo es tu culpa. Todavía podríamos estar bien hoy si no lo hicieras... (Poderíamos estar bem até hoje se você não...) — Papai começa.
Oba! E lá vamos nós...
—Ah, pelo amor de Shiva — Mamãe solta uma risada e larga a concha de madeira na panela — Você simplesmente não consegue trocar duas palavras comigo sem colocar o passado na conversa. Chupt Karo, Manuel.
Meu Deus. Eu vou enlouquecer.
Ela mandou ele calar a boca em indiano? Aparentemente sim.
—Si pudieras hablarme de lo que pasó tal vez podríamos resolverlo por el bien de nuestra hija (Se você falasse comigo sobre o que aconteceu talvez nós pudéssemos resolver pelo bem da nossa filha) — Papai aponta pra mim com o queixo — Y no me digas que me calle en indiano.
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𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙
FanfictionLuísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível. Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...