Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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NARRAÇÃO LUÍSA LIMA > mesma noite
O closet parece o mesmo, porém um pouco mais cheio.
Sem querer querendo eu dou uma olhada ao redor tentando encontrar aquela corrente que colocamos o pingente que lhe dei de aniversário, mas não encontro. E ele tá aqui, seguindo meus passos só com uma cueca até pararmos em frente as camisas.
Eu com uma toalha ao redor do corpo e ele simplesmente assistindo tudo bem caladinho.
Não conversamos muito na verdade. Acho que o máximo foi o quanto comecei a tagarelar lá embaixo, mas sei que em algum momento essa conversa vai ter que acontecer. Tipo… O que vai acontecer agora? Ele vai me querer de volta em sua vida ou isso daqui foi mesmo só um “último adeus”?
Ele eleva as sobrancelhas quando percebe que peguei exatamente a mesma blusa que das outras vezes. Aquela verde que era bem mais minha do que dele.
Meu corpo ainda treme, resultado claro dos múltiplos orgasmos que tive minutos atrás e meus olhos começam a pesar depois do banho, mas me obrigo a ficar de pé e passar a camiseta pela cabeça enquanto a toalha cai.
—Tá com fome? — Ele coça a garganta e tenta disfarçar, mas sei que tá olhando pras minhas pernas. Ou tá bem surpreso por eu não fazer questão nenhuma de me esconder.
—Uhum. Posso pegar uma cueca também? — Perguntei descendo um pouco a barra da blusa.
—Hum, não sei — Soltou uma risada — Sem facilita um pouco nosso trabalho, né?
Soltei uma risada, lutando pra sair do lugar sem os músculos das minhas pernas falharem.
—É insaciável? — Perguntei puxando a primeira cueca que vi.
—Temos muita coisa pra colocar em dias — Abriu um sorrisinho também.
—Ajuda aqui — Me agarrei ao seu braço pra tentar passar a cueca pelas pernas. Ele ri um bocado até desistir de ficar me zoando e subir ele mesmo o tecido.
—Acho que não estavam te tratando como merece quando esteve longe, linda.
Meu rosto queima. Não pela constatação, mas pela forma que me veste e deixa tudo no lugar antes de levantar e me dar as costas.
—Já volto. Vou colocar a pelúcia pra secar em algum lugar. Quer vir?
—Calma — Fui atrás dele.
Meu Deus. Quando foi a última vez que tremi tanto assim? Caramba.
—Acho que precisa de um tempo — Ele solta uma risada e me olha por cima do ombro — Acabei com você, pô.
—Muito bom saber que certas coisas não mudam — Balancei a cabeça.
Ele solta mais uma risada e sai do quarto sem me esperar. Que pilantra! Tá fazendo de propósito. E mesmo que eu quisesse mostrar que estava errado, dei um tempo. Pensei que deveria ir buscar o celular no carro e avisar pra Carina e pra minha mãe que estava bem, mas gosto muito mais da ideia de só me enfiar debaixo das cobertas e dormir um tempão. É quase como se estivesse mais leve uns 50 quilos e agora pudesse finalmente respirar em paz.