Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO 2 dias antes do Palmeiras X Flamengo
Encarei o pacote de petiscos do Rowan sentindo minha cabeça latejar. Simplesmente não consigo parar de pensar no Joaquín desde que acordei. Fui trabalhar, passei no mercado, tentei escrever qualquer coisa e não consegui.
Difícil admitir, mas parece que tô com um pouquinho de saudade dele.
Soltei um gemido e passei a mão no rosto, colocando o petisco dentro da bacia do Rowan antes de sair da cozinha.
Só que aí tem a sala e parece que tô revivendo aquela discussão da pulseira de novo, lembrando do jeito que ele ficava repetindo que se eu não quisesse ver ele mais só precisava falar, lembrando de como ele me beijou aquele dia e...
Apertei os olhos, contendo a vontade de sair gritando “INFEEEEEEERNO” por aí. Eu mesma me coloco em apuros, cara. Como pode?
Sentei na beirada da cama, mas foi uma péssima escolha porque agora tô de frente pro guarda-roupa e me faz lembrar da camisa do Palmeiras do outro lado. Fiquei com dó até de lavar, então depois daquela confusão com o Rowan eu só tirei todos os pelos e dobrei, guardando no mesmo lugar.
E se eu mandar uma mensagem?
Já percebi que não somos muito de ficar mantendo contato demais, mas sei lá... Só um oi. Qual o problema?
Me estiquei inteira e peguei o celular de cima de um dos travesseiros, abrindo na conversa com ele. Tem bem pouca coisa, geralmente perguntas sobre como estamos ou quando vamos nos ver de novo, mas faz tipo... Uns quinze dias desde a última vez.
Digitei um “oi”. Apaguei. Digitei de novo. Fiquei encarando a mensagem por uns dois minutos inteiro. Apaguei de novo.
Me joguei no colchão. Girei. Pensei de novo se devia ou não...
Puta merda.
Agora ele tá online.
Meu coração dá uma acelerada idiota e meus dedos travam acima do teclado. Vai, Luísa. Você não vai morrer por mandar um único oi.
Respirei fundo. Digitei um “Hola?” e enviei antes de perder a coragem. Meu Deus. Me sinto uma adolescente sem conseguir tirar os olhos da conversa até os dois pauzinhos ficarem azuis, indicando que ele leu.
Observei um “Digitando...” aparecer e sumir várias e várias vezes, do mesmo jeito que eu tinha feito antes de criar coragem de enviar.
Pronto. Sumiu de vez. Por cerca de um minuto inteiro mais nenhum “Digitando...” apareceu. Eu perdi as esperanças e estava prestes a desligar o celular quando o visor acendeu.
Só que não era uma mensagem. Era uma chamada de voz.
Mordi o lábio.
Não tem ninguém no mundo que odeie mais ligação por chamada de voz do que eu. Acho a coisa mais estranha do mundo falar com alguém sem que a pessoa esteja me vendo ou algo assim, mas atendo a ligação e levo o aparelho até à orelha.