Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× SÃO PAULO, Allianz Parque Palmeiras X Flamengo
Meu kit de sobrevivência hoje: uma dipirona de 1 grama que tomei ainda no carro, uma roupa enorme que eu roubei do papai quinhentos anos atrás e uma bacia cheia de sanduíche de pasta de amendoim que nem pra mim são.
Fico tentada a ligar pra ele vir me buscar, mas não vou dar o gostinho dele ficar tirando onda da minha cara por eu não ter conseguido chamar ele de Bi na recepção depois.
—Boa noite em que posso ajudar? — Um rapaz muito bonito abre um sorriso pra mim.
—Eu vim pra cobertura. Ele disse que só precisava dizer que tava vindo ver o... — Aí que raiva. Ele me paga — O Bi?! — Fiz uma careta.
O sorriso do rapaz se iluminou.
—Veio ver o Sr. Gabriel? Pode entrar, querida — Ele aponta pro elevador — Aquele ali vai direto pra cobertura. Aproveitem!
Apertei os olhos antes de me afastar e pegar justamente o elevador que ele apontou. Esse lugar aqui é cheio de prédio chique e com certeza esse é o mais caro. Dá pra ver só pelos lustres espalhados por todo do saguão.
Fico me sentindo igual a figurinha da Maria José olhando pros lados enquanto dou batidinhas na porta, daí ele abre e já sei que acabou minha paz.
Primeiro que ele tá só de cueca. Deve ter acabado de sair do banho porque o cabelo tá molhado e tem algumas gotículas de água deslizando no peito todo tatuado. Segundo que o sorrisinho no rosto que ele me mostra é o suficiente pra eu saber o que vem a seguir.
—Não tô acreditando — Dá um passo pro lado de fora — Abre a boca pra eu conferir se sua língua não caiu quando me chamou de Bi lá embaixo.
—Saaaai — Desviei das mãos dele — Opa, sai fora Gabigol — Fugi de novo, entrando pro apartamento.
—Qual foi? — Ele ri e entra também, fechando a porta atrás de si — Pensei que fosse me ligar pra te buscar lá embaixo. Como foi me chamar pelo apelido? Não deu alergia nem um início de infarto?
—Pode ir parando. Foi a primeira e a última vez — Avisei, metendo a mão no peito dele quando fez menção de chegar perto de novo — Minha mãe mandou isso aqui pra você — Lhe empurrei a bacia com os sanduíches.
—Sua mãe? Falou de mim pra sua mãe? Uau — Me mostrou um sorrisinho, abrindo o pote — Que decepção, achei que era um baseado pô.
—Meu Deus, juro — Tentei segurar a risada.
—Diz pra ela que eu agradeço, mas da próxima vez vou ficar mais feliz se me entregar pessoalmente — Levanta as sobrancelhas — E se ela bolar um dos dela pra mim vai ser perfeito.
—Alguém já disse que você é péssimo? Nossa, péssimo — Apertei os lábios.
—E então... — Ele Limpou a garganta, colocando o pote com os sanduíches em cima da mesa. Dou uma olhada ao redor procurando os dez mil Gabigols pintados na parede, mas só encontro uma decoração bem básica. Muito preto e bege pra todos os lados — Conseguiu resolver seu problema?