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{{ música do capítulo: "Last Kiss" da Taylor Swift e "Girassol" do Ivyson, coloca no repeat e entra no clima! }}


——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA

🏟️ ~× MARACANÃ, RIO DE JANEIRO

08 de novembro de 2023.

FLAMENGO X PALMEIRAS

Sabe a sensação de estar descalço e pisar num copo que acabou de se espatifar em milhões de pedacinhos no chão da cozinha? Os vidrinhos pequenos se enfiam na pele fina e você sente dezenas de pontadinhas te pinicando. Ardendo. Doendo. É essa a sensação que me domina quando ele abraça meu corpo de novo. E isso só me dá vontade de chorar e é o que faço. Choro. Copiosamente. Sem medo de estar sendo patética ou de ficar inchada e feia na frente de um cara lindo.

O abraço é forte. Apertado demais. Ele vai estar cheio de marcas das minhas unhas nas costas, por cima das dezenas de tatuagens que tem na região, mas sinto essa necessidade de estar perto, de me afundar nesses braços uma últimas vez e tentar afastar essa mágoa, essa tristeza, essa dor constante.

—Lu, por favor. Você precisa se acalmar, tá? Por favor, linda — A voz dele arranha, como se estivesse se controlando pra não chorar também e sinceramente? Não sei o que faria se o visse chorando.

Ele mesmo contou no nosso "encontro" da última vez que não chorava há anos, mal se lembrava do motivo. E tê-lo visto só com os olhos lacrimejando já foi demais pra mim.

—Vem cá — Saiu me arrastando.

Agora tenho consciência, ele me faz sentar na cadeira que estava quando abri a porta e se ajoelha na minha frente. Quase não o enxergo, as lágrimas borram minha visão e minha garganta dói. Só... Sei que não sou a única. O pomo de Adão dele sobe e desce devagar demais, como se estivesse lutando pra engolir tudo.

—Não quero te ver assim, por favor — As mãos dele apertam minhas coxas e não tem maldade nenhuma no gesto, mas me leva direto pra tantas vezes que trocamos toques. Na casa dele, na banheira, no elevador, na minha casa...

Foram momentos únicos. Todos eles.

—Me desculpa, Bi — Escondi o rosto entre as mãos sem ter coragem alguma de encará-lo.

—Ei, não... — Ele puxa meus braços, fecha os olhos e encosta a testa na minha — Respira. Tá tudo bem.

Não tá tudo bem.

Ele quer me enganar? Eu conheço esse cara tão bem, sei quando tá irritado, quando tá prestes a começar uma briga e principalmente quando tá se sentindo mal. Simplesmente sei. E não tem ninguém bem aqui agora, nem eu e nem ele.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora