054

9K 902 483
                                    

Recomendação: coloque pra tocar a música disponível no link no modo “repeat”

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Recomendação: coloque pra tocar a música disponível no link no modo “repeat”. Pra quem não consegue ouvir por aqui o nome é “Always - Daniel Caesar”. Use fones de ouvido e entre na vibe!

——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO
Mesma noite do capítulo anterior.
“eu sou pra sempre, sempre, sempre”

Não consigo mover minhas pernas e acho que perdi a noção do tempo.

Tá ventando do lado de fora e bem escuro. O único poste aceso fica do outro lado da rua, um pouco longe. Minhas mãos doem, estão dormentes por conta da força. Com as unhas. Com a pulseira.

Sendo bem sincera, mal consigo lembrar como foi o caminho até aqui. Parece que realmente tô fora do meu corpo, assistindo tudo no automático e mesmo que saiba que não deveria estar aqui, não consigo girar a chave na ignição e ir embora.

Meu peito tá apertado e não consigo parar de pensar em tudo que fiz nesses últimos dias. Tão burra. Não deveria ter colocado ninguém acima do meu trabalho, mesmo que significasse passar mais tempo com quem quer que fosse. E não deveria ter saído de lá e vindo até a casa dele, principalmente porque ele nem quer me ver.

As lágrimas descem pelas minhas bochechas sem que eu nem perceba e leio e releio as mensagens da minha mãe. Fico me colocando no lugar dela o tempo todo, discutindo com um, discutindo com outro e me se sinto a um passinho pequeno do hospício.

No meio do pensamento, alguém bate no vidro do meu carro. Eu demoro mais do que o normal pra conseguir virar a cabeça e encarar o Gabriel do outro lado.

—Oi, Lu. — Ele diz, puxando o maçaneta do carro. Tá travado, eu acho. Não abre — Abre a porta pra mim, tá? Você tá bem? — Perguntou.

Eu pisquei algumas vezes, tentando focar os pensamentos em algo. No automático, tiro as mãos no volante e mexo na pulseira. Meu pulso tá todo vermelho então acho que passei tempo demais apertando a região.

—Lu. Destrava o carro, beleza? Só destrava — Ele continua falando comigo do lado de fora — Abre a porta pra eu ver se você tá bem, ok? Só aperta o botão.

Eu olho para o painel e pisco algumas vezes. Aperto o botão. O vidro do meu lado começa a descer.

—Graças a Deus. Me escuta — Ele abaixa e toca meu rosto — O que aconteceu? — O encarei, os olhos ainda cheios de lágrimas — Me conta, hum?

—Não... — Balancei a cabeça, sem conseguir falar mais nada.

—Tá — Apertou os lábios e colocou a parte de cima do tronco pra dentro do carro.

O cheiro dele toma conta de tudo e eu me sinto meio sem ar enquanto ele se inclina e aperta outro botão. As portas se destravam. Um minuto inteiro de silêncio.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora