014

10K 899 350
                                    


——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO
06 de julho de 2023.

Tá tudo exatamente do jeito que lembro.

Tem muita fumaça de narguilé e vape no ar, luzes roxas, vermelhas, verdes e muitas pessoas amontoadas ao redor dele. Uma das mulheres em específico, loira, num salto agulha, se esfrega contra o jogador.

Mas é diferente dessa vez... Não tô me martirizando por não poder ser como ela, por nunca poder estar no lugar dela. Eu só... Estou quente.

A mulher rebola e ele aperta um pouco mais aos mãos em sua cintura, trazendo a bunda dela mais pra perto. Estou a um passo de desviar o olhar quando ele ergue a cabeça... E me encara.

A Luisa real provavelmente morreria de vergonha e sairia correndo, mas essa daqui permanece no lugar. E encara de volta.

Os olhos dele descem pelo meu vestido. Tomara que caia. Preto. Chega até a metade das minhas coxas. Ele dá tapinhas no quadril da garota loira, se afasta e começa a caminhar até onde estou.

Comecei a suar frio. Meu primeiro instinto é abaixar um pouco mais o tecido elástico do vestido, mesmo que isso significasse mostrar um pouco mais em cima. Ele para na minha frente, desce o olhar de novo e não diz nada, mas sai me puxando até onde estava com a loira.

E sabe-se lá porque... Eu vou.

De repente estou no lugar dela. Com as mãos dele tocando minha cintura e fazendo meu quadril se movimentar de um lado para o outro. Do jeito que ele quer. Minha respiração falha quando começo a sentir os resquícios do tesão no meio disso tudo. Os dedos afundando cada vez mais na minha pele, ele me puxando mais pra perto, minha coluna arqueando até que o rosto dele esteja na dobra do meu pescoço.

E estou sentindo tudo. A respiração quente e ofegante dele perto demais de mim, a barba cheia arranhando meus ombros e, mais pra baixo... Ele me faz parar os movimentos, aperta mais o corpo contra o meu, arrasta a barba do meu ombro para o meu pescoço até que a boca esteja tocando o lóbulo da minha orelha.

—Viu? — Uma pausa. A voz dele me causa arrepios — Eu falei que te vi.

Porra.

Acordei.

Molhada de suor, com a respiração toda descompensada e com o Rowan, meu gatinho, me encarando como se eu fosse maluca.

Pois é, Rowan. O pior é que eu realmente sou maluca.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora