Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× RIO DE JANEIRO 24 de julho de 2023.
Tá todo mundo olhando pra mim no corredor.
Carina me contou mais cedo que o boato do contrato com o Gabigol tinha se espalhado pela empresa e agora todo mundo sabia quem eu era, o que fazia, o andar que eu trabalhava e todo o resto. Aparentemente meu status mudou de invisível pra queridinha do Camisa 10 num estalar de dedos.
E eu não fazia ideia se achava isso bom ou ruim, então tento pensar que ok eles me olharem, isso não significa que estão realmente me vendo. Só que fico irritada porque o pensamento me leva direto pra São Paulo e tô evitando pensar nele porque a Carina também contou que soube que ele estava numa festinha privada na casa do Raphael Veiga noite passada.
Uma moça cochicha sobre mim com um cara como se eu não estivesse escutando e isso me faz morder a parte interna da bochecha com certa força.
Por enquanto os boatos são só boatos, mas quando a porta do elevador se abrir e o jogador aparecer, passa a ser uma verdade.
Dou uma olhada na roupa uma última vez, só pra conferir se todos os botões da camisa social branca estão fechados e quando levanto a cabeça... A porta do elevador se abre.
Ele tá sozinho dessa vez, o cabelo loiro parece estar úmido e a roupa é mais despojada do que estava esperando.
Os olhos se encontram com os meus bem rápido antes de desviar e passar por mim sem nem me dar um “bom dia”. Educação pelo jeito tá em falta.
Respirei fundo antes de virar e ir atrás, me sentindo exatamente do jeito que comentei na última zona mista que o acompanhei: uma cadelinha indo atrás do dono.
Fica ainda pior com os burburinhos.
Meu dentes rangem com a força que coloco na mandíbula, só consigo relaxar depois que entramos na sala de mídia e a postura dele me deixa intrigada. Um sorriso no rosto ao cumprimentar todos os integrantes da equipe, uma simpatia sem tamanho ao conversar sobre o que precisaria fazer... Nenhuma dessas coisas direcionadas à mim.
Começo a achar estranho.
Um dos câmeras me entrega a fiação do microfone, assim como da última vez. Ele e o jogador trocam algumas outras palavras enquanto o jogador retira o moletom e a camisa pra colocar a que o câmera está estendendo.
Pedi tanto pra ele me deixar em paz que agora que ele aparentemente tá fazendo isso, acho estranho. Eu não deveria levantar as mãos pro alto e agradecer? Então porque me sinto... Estranha com isso?
Apertei os lábios, tentando não olhar demais enquanto desenrolava a fiação.
De um dia pro outro ele decidiu que eu não valia mais a pena e resolveu deixar pra lá? Tem tantas outras mulheres por aí, né? A maioria delas sonham em ter minutos com esse cara, é meio óbvio que ele não ia perder tanto tempo comigo, mas... Talvez isso mexa com meu ego mais do que deveria.