Luísa sempre foi uma pessoa dos bastidores. Além de trabalhar por trás das câmeras envolvida em entrevistas, coletivas de imprensa e zonas mistas, também é alguém invisível.
Acostumada a não ser vista, a garota desconta todas as suas frustrações em...
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——— 📚✨ NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA 🏟️ ~× SÃO PAULO ——— Mesma noite do capítulo anterior.
Já é tarde. Eu devia imaginar que minha mãe ia estender a noite com o "jantar de negócios dela", mas achei mesmo que ela fosse chegar um pouco mais cedo e ficar um tempo comigo.
Bom... Parece que não.
A casa tá um silêncio só. O único barulho é o do vento batendo nas plantas do lado de fora. O quarto que devia ser de hóspedes tem uma plaquinha dizendo "Luli Luli" com desenhos infantis ao redor. É exatamente a mesma placa que ela enfeitava todos os quartos que tive durante a infância, mas não tinha nada além de uma cama com cabeceiras e um guarda-roupa vazio no espaço. Tinha uma varanda para o lado de fora também. A cortina balançando me faz jogar as pernas pra fora da cama, pegar o robe e jogar por cima do corpo antes de abrir a porta e passar pra varanda.
E juro por Deus.
Juro.
É só colocar um dos pés pro lado de fora que escuto outra porta abrindo. Primeiro achei que fosse minha mãe, então não me importei, caminhei pelo pequeno espaço da varanda, observei a poltrona confortável num canto e todos os outros vasos de plantas no outro. Só que... Nenhuma luz acendeu dentro de casa, ao invés disso a luz da varanda do vizinho foi acesa.
A luz da varanda dele.
—Puta merda — Dei meia volta e fui correndo pra dentro, mas deslizei o pé em cima de uma folha seca, escorreguei e meti a bunda no chão. Um gritinho escapou de mim sem que eu conseguisse segurar.
—¿Todo bien ahí, moça?
Meu. Deus. Do céu.
Alguém pode por gentileza descobrir qual é a hora exata que Maria passa na frente? Porque podia ser agora.
—¿Se lesionó? Fue un ruido feo — Continuou — ¿Necesitas ayuda? Puedo llamar alguien da portaria...
—Não. Não precisa — Merda. O que vou fazer agora? Deixar ele me ver aqui? Mas se minha mãe convidou ele pra jantar aqui amanhã uma hora ou outra ele vai me ver, né?
Belíssima hora de se locomover do Rio pra cá, Luísa. Belíssima.
Levantei. O robe tinha desamarrado e me enrolei inteira pra conseguir manter ele no corpo.
—Luísa?! — Ele pergunta do outro lado.
Sabe aquele momento que o mundo para e a cena se passa em câmera lenta? Esse é o meu momento. O momento que eu levanto o olhar e vejo que ele me reconheceu de cara.
Tem um sorrisinho de lado em seu rosto enquanto ele pousa as mãos no parapeito da própria varanda e inclina um pouco o corpo para frente.
—¿Tratando de esconderse de mí? — Apertou os olhos.