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——— 📚🪄 NARRAÇÃO : LUÍSA LIMA🏟️ ~× SÃO PAULO
Mesma noite do capítulo anterior.

As janelas do carro estão fechadas e o ar condicionado tá ligado. Aqui dentro nem eu e nem ele falamos muito, ele perguntou o que eu queria ouvir e me entregou o celular pra que eu procurasse uma playlist no spotify e eu disse que reggaeton me lembra ele por conta do espanhol.

Rauw Alexandro tá tocando bem baixinho. A música em colaboração com a Rosalía diz "sem muito papo, sem muita enrolação, quando estou com você eu apenas sinto a vibe" e minha mente nada fanfiqueira viaja pensando que isso combina com a gente.

Depois de um tempo ficamos presos no trânsito. Ele me olha de lado e desliza a mão direita do volante até minha coxa. A saia estilo colegial toda preta sobe um pouco mais quando ele faz questão de afastar minhas pernas uma da outra.

Dime... — Ele me olha de lado até que eu olhe pra ele de volta — ¿Me dejarás tocarte ahora?

Os dedos sobem um pouco mais, deixando um arrepio por onde toca. O trânsito parado e os vidros fechados nos dá o mínimo de privacidade, mas mesmo assim ainda dou uma olhada ao redor pra ver se tem algum carro parado ao lado prestando atenção demais no que tá rolando aqui dentro.

—Era isso que você queria jogar? — Perguntei me referindo a conversa que tivemos ainda nos corredores do estádio. Ele solta uma risada.

No, pero... — Um sorrisinho de lado — Prefiero no perder tiempo, ¿qué dice?

Olhei pra onde a mão dele se aventura por entre minhas pernas, mordendo o lábio e pensando um monte de indecências. Lembro de uma amiga autora que vivia contando que a cena preferida dela acontecia dentro de um carro em movimento, com a mocinha ajoelhada no banco, o cabelo preso num coque mal feito entre uma das mãos do cara que estava dirigindo e uma ida ao aeroporto. Ele quase bateu o carro num celtinha por isso, mas levando em conta que estamos no meio de um engarrafamento quilométrico...

—Da última vez foi você — Olhei pra ele sentindo meu rosto esquentar. Não sou a melhor pessoa do mundo pra ter esse tipo de conversa. E parece que minha voz se projeta e sai ecoando por todo o carro até chegar nele.

¿Quieres tocarme? — Ele me olha também, jogando a cabeça para trás e pendendo a cabeça para meu lado.

Meu coração dá uma acelerada idiota quando olho para o colo dele. Trocamos um olhar. Não consigo não gostar do jeito que ele me inclui nas escolhas. "Quer fazer isso?" ou "Onde você quiser, por quanto tempo quiser, Luísa". E que climinha gostoso, cara. Que delícia esse jeitinho de me olhar de lado e esperar que eu tome a atitude.

𝐉𝐎𝐆𝐎 𝐃𝐔𝐏𝐋𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋/𝐏𝐈𝐐𝐔𝐄𝐑𝐄𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora