Capítulo 1

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Marília já estava no seu último ano do curso de inglês, e se preparava para o intercâmbio em Vancouver. Já seus pais ainda não estavam acostumados com a ideia, porém ficaram muito felizes por realizarem o desejo da filha. Ela estava ansiosa para seu aniversário, iria fazer 20 anos. Não queria festa, mas aceitou, já que seus pais pediram por mais um momento com ela.

— Pai você sabe que não gosto de festas, ficar sorrindo para parentes que eu nem lembro quem são e que ainda insistem em apertas minhas bochechas. — disse revirando os olhos.

— Marília, querida, eu e sua mãe queremos mais um momento com você. — seu pai falou suspirando e segurando seus ombros. — E temos também uma surpresa — ela o fitou curiosa — a propósito você já conhece a família que vai te acolher lá?

— Tudo bem, mais nada muito extravagante, por favor — falou já receosa do que seria — e sei sim, é uma senhora e sua neta Luísa Sonsa, vamos fazer faculdade de direito juntas.

— Filha estou tão orgulhosa de você, nossa pequena advogada. — sua mãe falou já com os olhos marejados.

— Amo vocês, eu prometo ligar todos os dias. — ela sorriu pra eles.

— Marília sua viagem e semana que vem, pare de se despedir. — disse seu pai segurando a risada.

Marília já estava preparada para viajar a qualquer momento, sua bagagem já estava arrumada há três meses, e já havia despachado suas coisas para a casa dos Gelorff. Foi para seu quarto, tomou banho e vestiu um short jeans, uma blusa regata verde marinho e foi estudar um pouco mais sobre onde seria seu lar. Amava os Estados Unidos, não gostava do calor do Rio de Janeiro, sempre sonhou em sair do Brasil, conhecer novos lugares, construir sua vida fora dali. Estava pesquisando Vancouver Aquarium, quando seu telefone tocou. Era Ricelly, seu amigo, por assim dizer.

— Boa noite, Mendonça. — disse com a voz rouca, fazendo a menina sorrir.

— Boa noite, Ricelly. — ela atendeu espontânea — a quem está tentando seduzir? — falou rindo.

— Bom, ontem a noite você não reclamou, muito pelo contrário. — Marília corou.

— Você é podre, Ricelly! Não acredito que ando com você. — ela bufou.

— Ah, para de show. — ele falou rindo — Luiza e Marcela são bem piores que eu e você não fala nada — ela suspirou lembrando das duas.

— É, mas eu não fico com elas! — ela rebateu.

— Mas bem que queria, não é. — disse Ricelly em meio a risada.

— Que horror Ricelly! Eu gosto de salpicão! — exclamou e os dois riram.

Marília não havia contado para Ricelly que ficava com mulheres. Até então ele acreditava que ela só ficava com ele.

— Então vem pra cá pra casa, já que vai embora semana que vem. — ele propôs — e amanhã não terá espaço na sua casa, posso te dar seu presente adiantado. — falou de maneira safada.

— Eu não vou transar com você, Ricelly. — ela falou quebrando o clima. — É o nosso trato: No sex.

— Nossa que pervertida. — ele riu — seu presente está na caixa Mendonça! Fiquei ofendido — ele disse tentando parecer triste.

— Que dó de você, anda logo, vem me buscar. — ela por fim cedeu.

— Só se for agora. — disse passando a mão na chave do carro.

Marília e Ricelly eram amigos, porém tinham suas regalias, Marília não queria um relacionamento sério, não se via sendo rotulada, tendo de comemorar datas e passar por toda aquela melação, e Ricelly, por outro lado, não era um bom partido pra namorar. Ele era lindo, simpático, engraçado. Andava sempre com uma camisa social preta entreaberta no peitoral, uma calça jeans também preta e apertada. Era uma verdadeira tentação, pena que era um galinha, um bom amigo e companheiro, mas galinha.

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora