Capítulo 37

355 44 4
                                    

Sabe quando você acorda com uma sensação maravilhosa percorrendo seu corpo? Como se aquilo corresse em suas veias assim como o sangue? Como se você precisasse todos os dias de manhã sentir essa corrente enérgica. Era como eletricidade estática, aquela que faz os pelos do corpo se arrepiar, era todo o frescor de um beijo molhado com bala halls preta, era Maraisa acordando-a com carícias em seu corpo.

— Bom dia, meu anjo loiro. — Disse baixinho no ouvido da mais nova.

— Ser acordada assim é digno de um bom dia. —Virou-se para a morena e sorriu ao encontrar seus olhos castanhos. — Bom dia, morena. — Disse beijando-a.

— Hoje nosso dia será corrido, vamos no cristo, e depois almoçar na casa da sua mãe e arrumar nossas coisas e depois a festa de despedida dos seus amigos, e a nossa viagem, amor você já foi trocar o horário? — Maraisa disse tudo de uma só vez.

— Wol, calma... Vamos tomar café, e curtir cada momento. — Disse puxando a morena pela cintura fazendo-a cair sobre seu corpo.

Ficaram conversando na cama enquanto a coragem de levantar ainda estava pouca, Marília contou sobre como era bonita a vista do Cristo redentor e como era maravilhoso andar de bondinho, entre brincadeiras e carinhos, elas se levantaram para se arrumar. Maraisa vestia sua calça jeans escura enquanto Marília estava no banho, o dia estava nublado e ventava bastante então optou por uma blusa preta de manga três quartos, um saltinho básico e cachecol cinza. Marília saiu do banho e a primeira coisa que viu foi o cachecol no pescoço da morena.

— Amor, vai fazer calor... — a loira diz secando-se.

— O tempo está gelado, querida. — Disse enquanto penteava o cabelo.

— Aqui é Rio de Janeiro, nunca faz frio suficiente para cachecol, sinceramente eu acho que você não precisa nem usar essa blusa de frio. — Disse enquanto vestia seu vestido vermelho com estampa florida.

— Estou feia? — Disse fazendo biquinho.

— Você nunca estará ou será feia, Maraisa! De onde tirou isso? — Disse aproximando-se.

— Você disse que eu não preciso usar o cachecol e a blusa. — Disse enquanto passava seu batom vermelho sangue.

— Não amor, eu quis dizer que você vai sentir calor, mas se você acha que não, tudo bem. — Calçando sua sandália com detalhes de pedrinhas.

Maraisa observou bem como a loira estava se vestindo, ela não vestiu uma calça e sim um vestido, ventava muito e parecia estar bem frio, mas Marília não estava se importando nem um pouco, talvez a mais nova estivesse certa. Maraisa trocou-se colocando um vestido branco, colocou um cintinho marrom na cintura para dar uma cor diferente e vestiu sua sandália de salto também na cor marrom, porém, era mais clara.

— Gostou? — Disse colocando os óculos escuros.

— Linda como sempre, minha como ninguém nunca teve e nunca terá. — Marília diz abraçando-a pela cintura.

— Amo quando você coloca vestido, sabia? — Disse beijando-a.

— Está dizendo que não me ama quando não uso, srta. Pereira? — Fez uma expressão séria fingindo estar brava.

— Eu te amo, Mendonça! Amo você com suas roupas de adolescente rebelde que fugiu de casa aos quinze anos, amo você quando se veste como uma mulher treinada para matar, amo você quando se veste de caminhoneira, o que parece ser sua marca registrada, mas eu amo você! — Disse acariciando o rosto da mais nova.

— Quer dizer então que eu sou caminhoneira? — Marília diz, fingindo ignorar tudo o que a morena disse.

— Ah francamente, você só ouviu isso? — Disse desvencilhando-se do abraço.

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora