Capítulo 53

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— Bru... – Disse Maiara boquiaberta, ao ver Bruno sacudindo a cabeleira loira.

— Qual ralo você desentupiu para conseguir esse aplique, Bruno? – Questionou Luísa, caminhando em sua direção, fazendo todos olharem para o rapaz na porta.

— A sua sorte é que eu sou uma moça bem fina, recatada, e do lar! – Disse, cruzando os braços. — Não vou me abater pela sua inveja, docinho. – Deu de ombros e caminhou na direção de Mário. — Mas me diz, por quê a pergunta? Interesses, bonitão? – Bruno piscou para Mário, que se antes já era branco, agora estava incolor.

— Bruno... é meu pai. – Marília disse entredentes.

Bruno sentiu seu rosto queimar, deduzindo que estava extremamente vermelho por vergonha. Piscou algumas vezes, boquiaberto.

— Só dá close errado. – Luísa disse gargalhando.

Logo, Luiza, Marcela e Amanda, juntaram-se a eles e engataram numa conversa, tentando
aliviar o desconforto que se instalou. Bruno se desculpou com Mário, que achou graça do desconcerto do rapaz. Marília o apresentou a sua mãe, que conversava amenidades com sua noiva, e em seguida, fixou seus olhos em Henrique, que estava junto a Almira, César e vovó . O que ele estava fazendo ali, era o que martelava em sua mente.

— Rique, vem com a gente? – Marília o chamou.

— Ahn... está interessante aqui. A sua sogra está me ensinando a melhorar o meu sotaque. – Disse de forma tímida.

Maraisa que até então estava conversando com Ruth, pediu licença e foi até Marília.

— Amor, está ficando tarde... acho melhor separarmos onde todos irão dormir. – Disse dando-lhe um selinho, enquanto acariciava seus braços.

— Sim, sim. Pode ir fazendo isso com Almira? Eu queria conversar com Henrique. – Abraçou-a pela cintura. — Sinto que ele não está bem. – Suspirou, encostando sua testa à de Maraisa.

— Tudo bem. Você pode dormir lá em casa, agora que não tem aulas... Você tem mais regalias, não é? – Perguntou, colocando a mecha loira de Marília atrás da orelha.

— Sim, sim. Eu, você, Maiara e Luísa e o resto da galera. Meus pais podem ficar no meu quarto, lá na casa da vovó.

— Perfeito, eu vou falar com elas. – Disse beijando-a novamente.

Marília chamou Henrique para a varanda a fim de conversarem, conhecia seu amigo o suficiente para saber que algo o incomodava, sabia que ele não estava bem. Seus anos de amizades foram regados de boas conversas, companheirismo e carinho. Henrique sempre foi um mulherengo, mas nunca desrespeitou mulher alguma. Tinha em mente "Não faça nada que não queira que fizessem com suas amigas. Não seria legal se fosse com você. " Ele apenas não era o rapaz que se via em um relacionamento, assim como todos daquele grupo de amigos, entretanto, as coisas mudaram. Luiza e Marcela fixaram o relacionamento, Marília estava noiva e ele... bem, ele estava tentando.

— O que houve com você e a Amanda? – Marília perguntou, apoiando-se na barra de ferro da sacada.

O moreno retirou o maço de cigarro do bolso e levou um até a boca, ofereceu à Marília que o fitou em reprovação.

— Loira, só esse... – Revirou os olhos. — Me ajuda a falar. – Foi sincero.

— Você sabe que tem que largar esse vício, não é Rique? – Disse pegando um. — Eu sei que é difícil, mas ter força de vontade ajuda.

— Coragem, tem que ter coragem. – Disse tentando amenizar o clima triste.

— Tem que ter minha mão na sua cara! – Repreendeu-o. — Anda, desembucha.

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora