Capítulo 33

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Marília se assustou com a forma que seu pai gritou com a mãe, resolveu perguntar o que estava acontecendo ao ver que ele retornava para a sala.

— Pai... O que foi isso? Você nunca gritou com a mamãe. — Perguntou aproximando- se do mais velho.

— Nada filha, é sua mãe que está cheia de ideias na cabeça. — Disse passando a mão no cabelo.

— Posso ajudar? Eu falo com ela. — Sentou-se.

— Não querida, está tudo bem... — Disse olhando-a nos olhos. — Filha eu... — Acariciava o braço da loira enquanto buscava coragem. — Marília, eu quero que seja sincera comigo... — Respirou fundo e perguntou. — Você e Maraisa estão juntas?

O coração de Marília acelerou e suas mãos suaram frio naquele instante, Maraisa abaixou a cabeça para conter o nervosismo. Sabia que uma hora ou outra teria de contar para os pais, não teria como correr e se a hora era aquela, então ela falaria. Não deixaria que nada abalasse o relacionamento delas, e se os pais não a aceitassem seguiria a vida, torcia pela aceitação, mas se caso não houvesse era bola pra frente.

Segurou na mão da morena que a olhou assustada, assim como o pai estava olhando-as.

— Sim pai, eu estou namorando com a Maraisa... — Disse com a voz embargada.

Mário olhou para elas por alguns minutos sem nada dizer, viu como a filha estava com medo da reação que partiria dele. O mais velho relembrou de todos os momentos com a filha, de todos os passeios dos aniversários, de quando ele era o rei e ela a princesa. Um filme passou em seus olhos até parar na imagem dela se despedindo para viver em Vancouver. Sim, Marília havia crescido e se tornado uma grande mulher, agora sua vida começara definitivamente. A princesa de seus olhos já não era mais uma princesa, era a Rainha em busca de seus objetivos. Uma rainha, cujo buscava alguém que tivesse a chave certa para o seu coração, e finalmente encontrou e esse alguém, era Maraisa.

Mário deu um leve sorriso e abraçou as duas, fazendo a loira chorar. Eles ficaram naquele abraço durante alguns minutos antes que o homem se soltasse delas.

— Eu estou muito feliz por vocês! E Maraisa, seja muito bem vinda à família. — Disse abraçando-a.

— Obrigada Mário, eu realmente amo sua filha! — Disse ao mais velho enquanto olhava para Marília com seu nariz vermelho sinalizando que havia chorado.

— Olha, tem que amar mesmo, porque não é fácil suportar essa coisa chata! — Disse fazendo-as gargalhar.

Foi um peso à menos nas costas da loira, sabia que teria de enfrentar a mãe e tinha fortes suspeitas de que não seria fácil, mas já ter seu pai do seu lado era um grande alívio. Sempre foi mais apegada ao pai que a mãe, mas isso não mudava quase em nada.

— Pai... Eu tenho que falar com minha mãe... — Disse respirando fundo.

— Não prefere voltar outra hora? Ela deve estar nervosa ou magoada por eu ter gritado com ela... — Mário diz tentando disfarçar o verdadeiro motivo.

— Não foi por conta da gente que brigaram? — a loira pergunta confusa.

— Não... Claro que não, Marília! — Mentiu.

— Então eu vou lá falar com ela. — Sorriu. — E depois vejo se ela ainda quer te matar. — Brincou com o homem que sorriu.

— Querida, eu queria pedir que ficasse aqui. Vou falar com minha mãe sobre papai antes, tudo bem? — Em partes mentiu. — Pai, vê se a mamãe está vestida, por favor? — Perguntou e o homem assentiu.

— Tem certeza que quer contar agora? Eu não senti confiança em seu pai. — Maraisa diz segurando em suas mãos.

— Tenha calma! Vai dar tudo certo. — Disse beijando as mãos da amada.

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora