Capítulo 50

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Feliz, aliviada, assustada, receosa e esperançosa. Era impossível distinguir o que Maraisa sentiu ao ler aquela carta que para ela soou como uma despedida conformada, o que de fato era. Sua mãe havia conseguido cumprir com o que lhe prometera, é claro que ela conseguiu, afinal, tratava-se de Almira Pereira. Sentiu-se um tanto suja por não se importar com a tristeza que o homem mostrou, era como sua carta de alforria para a felicidade, finalmente ela poderia viver sem reservas o tão famigerado amor verdadeiro. Seus olhos marejados devido a emoção do momento, fez com que Mendonça se assustasse, não sabia do que se tratava o papel e logo pensou ser algo a sério.

— Maraisa, está tudo bem? – Marília perguntou tocando seu braço.

— S-im! – Fungou. — Sim! – Disse e pulou nos braços da loira abraçando-a.

Mesmo sem entender do que se tratava, a loira prontamente respondeu sorrindo junto da advogada. Ao se soltarem, Maraisa mostra a carta para a mais nova que sorri junto dela. Marília estava ciente dos riscos de tentar uma reaproximação com a morena, se agarrava a única esperança que tinha, que era Almira ajudando-as enfrentar esse dilema, e agora nada mais as impediam.

— Também quero abraçar, o que está havendo? – Maiara disse entrando na sala.

Maraisa e Marília sorriram para a ruiva e a chamaram para o abraço.

— Almira deu fim no Danilo. – a loira disse.

— E como vocês sabem que foi Almira? – Maiara perguntou desvencilhando-se do abraço.

— A julgar pela forma decidida que ele estava no dia que me ameaçou, e agora eu recebo essa carta – Disse Maraisa entregando o papel para a irmã.— Eu tenho certeza que tem dedo de Almira nisso, só queria saber o que ela fez...

— E eu queria que você dissesse sim ao convite que eu fiz para você minutos atrás... – Marília disse olhando para o teto fingindo assoviar.

— Sexo para comemorar? – Maiara disse batendo palminhas. — Vou aderir, com certeza! – Disse fazendo as meninas gargalharem.

— Se toca Mai! – Maraisa disse empurrando a irmã de leve. — E sim, Marília! Claro que eu aceito. – Sorriu tímida.

— Luísa já faz isso muito bem, obrigada. Juízo, mocinhas. – Cerrou os olhos. — E Maraisa – Virou-se para a irmã colocando as mãos em seus ombros, mostrando seriedade no olhar. — Não volte para casa antes de transar. – Disse gargalhando acompanhada por Marília enquanto as bochechas da morena queimavam.

— Eu estava com muitas saudades disso! - Marília disse ainda rindo.

— Fale por você, eu deveria ter deixado o lixão levar quando tive oportunidade. – Maraisa bufou.

— Também te amo, metade. Agora vou deixar vocês... – Deu um sorriso malicioso na direção das meninas. — Trabalharem. – Pronunciou lentamente denotando o duplo sentido
na palavra.

— Bom... – Marília disse coçando a cabeça. — Te pego às oito? – Sorriu.

— Fechado... – Retribuiu o sorriso.

É incrível como tudo conspira ao nosso favor quando se é para ser, a tarde passou voando mesmo que bem agitada com processos e reuniões extremamente cansativas.

Marília e Maraisa esbarraram-se algumas vezes pelos corredores da empresa e sempre trocavam alguns olhares tímidos. Maiara que vira e mexe não perdia a oportunidade de implicar com a irmã, passou na sala da mesma algumas vezes a fim de fazer algumas travessuras como, deixar um gilette rosa com laço de presente em cima da mesa da morena, fez questão de ir até o sexy shop da loja em frente para comprar um gel que
esquenta e novamente colocar sobre a mesa da irmã com um recado "Não que vocês não sejam quentes, mas... hoje tem que pegar fogo!" Sua última travessura, foi colocar um espanador em cima da cadeira de Maraisa com um bilhete onde estava escrito. "Para você limpar as teias de aranha". Maraisa já havia desistido de ir atrás da irmã para brigar, tendo em vista que todas as vezes que tentou, Maiara estava com a porta de sua sala trancada.

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora