Capítulo 49

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"— É Maraisa, isso não são modos de tratar seus funcionários. – Disse Marília encostada casualmente na porta atrás da morena.

As pernas estremeceram o coração errando as batidas a fala que não sai os olhares sincronizados o corpo não respondendo os comandos e a respiração descompassada, essa era a Maraisa no exato momento em que se virou para confirmar se não era seu cérebro brincando. Bingo! Era Marília parada a poucos metros dela.

Ah, quase ninguém vê
Quanto mais o tempo passa
Mais aumenta a graça em te viver, êh

Os olhos da advogada estão brilhando e o sorriso logo se forma em seu rosto, como uma criança ao ver o tão desejado presente de natal. Com um sorriso vitorioso nos lábios, Marília caminha lentamente na direção da morena.

Ah, e sai sem eu dizer
O tanto que eu gosto
Não escondo quanto gosto de você, êh iêh êh

Maiara colocou-se ao lado para deixar o caminho livre para as duas, Luísa e Thaeme fizeram o mesmo. Em passos vacilantes, a mais velha se direciona para o tão esperado reencontro de sua loira, sim, sua loira, algo que Marília nunca deixou de ser para ela e principalmente algo que ela deveria ter prezado desde o começo.

E o coração dispara
Tropeça, quase para
Me encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro

Não havia mais ninguém naquele corredor para elas, era apenas aquele amor palpável e a saudade que seria sanada por ambas. Estavam frente a frente uma com a outra, a distância podendo ser medica com apenas dois dedos e o calor da respiração aquecia os dois corações. Marília tocou a face de Maraisa e aquilo foi o suficiente para a morena se arrepiar, aquele simples toque fora um deleite para ela que tanto almejou senti-lo mais uma vez.

Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver

Fechou os olhos para aproveitar cada segundo daquela maravilhosa sensação que era o carinho de Marília em seu rosto, deitou a cabeça na mão dela deixando um sorriso escapar. Ah, que falta fazia aquelas mãos, que falta fazia aquele cheiro de canela que tanto a entorpecia todos os dias.

Ah, Ah! Quase ninguém vê
Quanto mais o tempo passa
Mais aumenta a graça em te viver, eh
Ah, e sai sem eu dizer
O tanto que eu gosto
Me desmancho quando encosto em você, êh iêh êh

Marília colou seus corpos e entrelaçou seu braço na cintura de Maraisa e com a mão que estava em seu rosto, deslizou-a para a nuca dela de forma terna puxando-a rapidamente para o seu abraço, tão quente e apertado.

E o coração dispara
Tropeça, quase para
Me encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver

Sem perceber que uma lágrima solitária rolava em seu rosto, Maraisa se entrega ao abraço sem medo, sem reservas. Entrelaçou seus braços na cintura da loira apertando-a como se pedisse para que aquele abraço nunca terminasse, Marília abaixou-se e descansou sua cabeça no ombro da advogada enquanto afagava seus tão lisos cabelos negros sem deixar escapar a mudança que não passou desapercebido por ela.

— Você cortou o cabelo... – Marília sussurrou.

E o coração dispara
Tropeça, quase para
Me enlaço no teu beijo
Abraço teu desejo
A mão ampara, acalma
E encosta lá na alma
E o corpo vai sem medo
Descasca teu segredo

A estrangeira - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora