"Doeu ouvir o que eu ouvi, doeu muito mais do que eu pensei que poderia doer, sinceramente eu nunca imaginei sentir tamanha dor. Meus olhos já não se importavam mais em conter as lágrimas, elas rolaram desesperadamente." – Pensou.
— Maraisa... Por favor, não faça isso. — Disse entre soluços.
— Eu... por favor srta. Mendonça, recomponha-se e volte para minha sala quando requisitada. — Diz seca.
Marília se retira de sua sala passando como um furacão por Fiona e Tamara que não entenderam nada, entra em sua sala e lá permite suas lágrimas inundarem seu rosto. Estava desesperada, queria se explicar com Maraisa, mas a mesma não lhe dava chance.
A morena trancou-se em sua sala, avisou a Srta. Naiara que não fosse incomodada por ninguém. Esticou-se em sua cadeira e se debulhou em lágrimas. Sabia que havia pegado extremamente pesado com Marília, mas não deixava de estar certa, a loira não era nenhuma inocente, impossível não saber quando alguém está flertando com você, mas precisava saber o motivo da loira ter deixado chegar a tal ponto, mesmo tendo feito o que fez, amava sua loira, mas precisava de um tempo.
Seus pensamentos foram interrompidos por alguém que batia insistentemente em sua porta, era Maiara.
— Maraisa Pereira, abra esta porta ou eu abro você!
A morena revirou os olhos e permaneceu sentada, não queria ver e muito menos falar com ninguém.
— Maraisa, já estou sabendo o que aconteceu, abra!
A morena levantou-se da cadeira, mas ficou parada no mesmo lugar, não queria que ninguém a visse naquele estado, mas sabia que Maiara não desistiria, pegou sua bolsa tirando dela um pequeno espelho um lencinho, limpou as lágrimas e disfarçou o rosto vermelho o máximo que pôde com o corretor, base e blush, caminhou até a porta e a abriu vendo Maiara fuzilando-a, pensou que a ruiva dispararia com inúmeras perguntas, mas tudo que fez naquele momento foi abraçá-la.
Ficaram naquele abraço por um longo tempo, Maraisa já sentia suas lágrimas transbordar quando se desvencilha do abraço.
— Eu entendo como se sente, eu sei que está doendo, mas antes que você tome qualquer decisão escute o que Marília tem a dizer. — Diz a ruiva entrando em sua sala junto da morena.
— Eu já tomei minha decisão. — Disse de costas para a irmã.
— Não Maraisa, você não tomou! Você e Marília vão dar um tempo para que as duas possam conversar mais calmas, a loira está péssima e você também.
— Eu não vou passar por isso, não de novo, Marília não é mais uma criança! Ela deu em cima de mim, como pode não saber quando alguém dá em cima dela? – Disse virando- se.
— Não tiro sua razão, Marília errou em ter ignorado a situação ao invés de deixar que chegassem a tal ponto, mas você não precisava tratá-la daquela maneira.
— Desde quando você é especializada em direito de família?
— Não estou defendendo ninguém, até porque as duas estão erradas e você está agindo feito uma criança, coisa que sinceramente Maraisa, não esperava de você. — Senta- se no sofá.
— Eu não quero falar com ela e se possível não quero vê-la.
— Ah é mesmo? E qual será o próximo passo? Excluir do facebook e postar indireta? Ouvi Taylor Swift? Fazer Belém Belém, nunca mais estou de bem? Me poupe, Maraisa! Para quem um dia estava reclamando que Emma era infantil, está pior que ela.
— E você ainda diz não estar defendendo? É fácil para você falar não é mesmo? Afinal você não viu! Não foi com você! — Maraisa diz enquanto caminhava de um lado para o outro na sala.
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A estrangeira - Malila
Fiksi PenggemarMarília, sai do Brasil para fazer intercâmbio em Vancouver, começará sua faculdade de direito e terá de conseguir estágio para se manter. Maraisa Pereira, uma advogada reconhecida em toda Vancouver, seu nome não sai do New York Times, severa, rígida...