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— Achei você! — Me virei rapidamente a tempo de ver Sophie passar agachada pela coluna. — Oque faz aqui sozinha?

Abracei meus joelhos e apoiei meu queixo enquanto mastigava uma mioquinha de gelatina.

— Não consigo. — Escondi meu rosto. 

Sophie soltou um riso abafado e se sentou ao meu lado. Encostei minha cabeça em seu ombro e suspirei.

— Oque aconteceu, foi sobre mais cedo quando você...? huh... você sabe. — Assenti. — Não foi sua culpa, não tem como controlar oque sonha.

— Eu sei, mas não consigo olha-lo sem lembrar. — Cobri meu rosto. — Seus dedos, sua boca... Eu consigo até ouvir seus sons. Eu realmente espero que isso passe, ou vou estar fodendo com tudo.

— Não é tão ruim assim, é só ele não ficar sabendo e você fingir que nada aconteceu. — Sugeriu.

— Você está certa, vou fingir que nada aconteceu. Vai ser fácil, certo?

Ela não me respondeu. Oque me deixou preocupada, encarei seus olhos azuis e ela os desviou soltando um riso baixo.

— Eu não disse que seria fácil. Até poderia ser se você não se sentisse atraída por ele. — Ela soltou sua fala como se fosse um fato.

Franzi a testa.

— Não me sinto atraída por ele, sem chances. Nunca, nunquinha! — Exclamei abanando a mão.

— Quer mentir pra mentiroso Ross? — Ela cruzou os braços. — Eu também dizia a mesma coisa e olha no que deu, estamos namorando e fazendo planos para a próxima viagem de inverno.

— É diferente, vocês não eram melhores amigos. — Eu disse. — Conheço o James desde que tínhamos sete anos.

— Isso não parece um problema pra ele. — Ela deu de ombros pegando uma mioquinha também.

— Não diga asneiras, somos só amigos é assim que ele me ver.

— Sei, sei... — Ela estalou a língua. — Amigos não olham do jeito que vocês se olham.

Sophie provavelmente não está bem da cabeça, se eu topar a madame Katherine sua professora de dança ou aquelas crianças que ela dá aula e que a deixa de cabelos em pé vou lembrar de dar um sermão neles. Toquei sua testa e depois a bochecha e estiquei, ela se afastou rindo.

— Porque está fazendo isso? — Ela ainda ria quando afastava minha mão.

— Estou olhando se não está delirando de febre, porque pra falar uma besteira dessa você só pode estar muito mal. — Murmurei.

— Não é besteira, até um cego ver que vocês dois vivem se comendo com os olhos. Pode pergunta pro Gus se quiser.— Ela disse convencida.

Mastiguei o doce sentindo o açúcar estralar em meu dente, engoli empurrrando o resto sentindo o gosto açúcarado se espalhar por toda minha boca. Sophie estava certa? não, tá, talvez um pouco. Gosto de encarar o James mas porque gosto de encarar coisas bonitas, não tenho culpa se ele tem um rostinho bonito ou um corpo bonito... muito, muito bonito. Mas só isso.

Não é como se tivéssemos quinze anos, quando eu achei que sentia algo por ele. No fim foi só uma paixãozinha platônica, eu confundi o amor da amizade com outro tipo de amor. Bem, Foi oque ele disse... e eu só aceitei porque depois eu conheci o Nath e soube oque realmente era uma paixão.

Eu e James, nunca.

[...]

— Porque está tão quieta? — Mike perguntou enquanto eu estava em suas costas, meu queixo apoiado em seu ombro me dando visão do caminho.

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora