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Meus olhos estavam focados na tela em minha frente. Um baseado entre meus dedos enquanto minha cabeça estava
apoiada no travesseiro. Meus olhos desgrudaram da tela e fitou o teto embasado com a fumaça que soltei lentamente entre meus lábios.O som da leve melodia e tediosa estava abafado desse lado do quarto, meu pai estava dando uma pequena conferência para os administradores e colaboradores da sua empresa. A empresa que ele tem como mais importante que a sua família.
Levei o baseado mais uma vez entre os lábios e senti meu corpo adormecer com a sensação. Esse era um dos poucos momentos onde eu podia pensar sem sentir que meu peito estiva sendo esmagado. Três batidas na porta foram o suficiente para que eu praguejasse xingamento.
— Oque é porra? — Não me dei ao trabalho de me levantar, sabia que era o pé no saco do Jonata.
— Nosso pai pediu para que você descesse e comprimentasse os convidados. — Fiz uma careta ao ouvir nosso pai.
Minha mãe ficaria tão desapontada. Por um segundo um milésimo de segundo me senti aliviado por ela não estar aqui.
— Já estou indo. — Murmurei vendo sua sombra sumir assim que a porta foi fechada novamente.
Me obriguei a levantar sentindo pontadas na cabeça, apaguei o resto do cigarro e joguei no lixo. A verdade é que meu pai não quer minha presença, ele quer a presença do James não o filho, o músico.
Nos últimos meses minha vida ficou ainda mais agitada. Shows quase todo fim de semana, seguidores novos a Fadinha me obrigando postar algo nas redes sociais. Tem o time de basquete, a mudança de capitão, ou melhor a expulsão do capitão agora o time não tem um.
Mas isso não era de todo ruim, não havia tempo o suficiente para pensar. E sabemos o quanto pensamentos podem ser sufocantemente aterrorizante
Conforme eu descia as escadas o som do violino ficava cada vez mais alto. As vozes dos convidados enchendo o cômodo taças de drinks sendo servidas junto com garçons oferecendo petiscos.
Os olhos azuis e frios do Sr. Burton me fitaram e um sorriso se formou em seus lábios, um movimento de cabeça aquele era um pedido silêncioso para que eu me aproximasse. Minha mão passeou pelo meu pescoço e lembranças me cercaram, engoli com dificuldade e me forcei a sorrir também. Ou tentar.
— Filho, que bom que você se juntou a nós quero que conheça algumas pessoas. — Disse assim que me aproximei. — Espero que esteja sóbrio o suficiente para não estragar a porra da festa, há pessoas importantes para empresa aqui James. — Susurrou me indicando aonde devia ir e com quem falar.
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Ao som do desejo.
RomanceTrilogia Hurricanes. 🌪 Segundo livro. James Burton membro da banda Hurricanes sempre viu seus amigos como sua família depois da morte da sua mãe. Com o sucesso da banda e o breve fim do ensino médio James agora tem que lidar com um novo sentiment...