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Um beijo, já havíamos dado vários deles mas nenhum teve o mesmo significado que esse teve. Havíamos  cedidos, e eu James Burton sou completamente apaixonada por Ivy Ross. A caminho de casa um sorriso genuíno cobria meus lábios, eu queria muito correr e contar pra alguém. Mas ao ter a porta aberta e encontrar o vazio da madrugada peecebi que não tinha pra quem correr.

Jorge está no trabalho como todas as outras noites, Jonata me ligou bêbado falando coisas totalmente sem sentidos.  Deixei as chaves de lado e subi para o quarto onde ouvi barulho.

— Você veio. — Jonata se virou, seus olhos vermelhos assim como suas  bochechas.

Encarei as suas roupas no chão e percebi que nunca havia entrado no seu quarto.

— Gosta de basquete?— Perguntei um pouco surpreso ao ver algumas bolas laranjas como decoração.

Jonata não me respondeu, Ele tinha seus ombros caídos encolhido no canto do quarto. Suspirei pesadamente, apesar de ser mais velho por alguns meses Jonata parece ser bem mais novo que eu. E isso só confirma que idade não explica atitudes.

— Você está bêbado? — Voltei a perguntar ainda encostado no batente da porta.

Normalmente quem costuma a fazer as perguntas é ele, e papel de ignorar é meu. Senti minha língua pesar assim como minhas pálpebras, as boas garrafas que tomei fazendo efeito. 

— Se não tem nada a dizer vou embora.— Resmunguei já ficando irritado com seu silêncio.

— Por que você me odeia?

Respondi oque respondo todas as vezes em que essa pergunta é me feita.

— Eu não te odeio.

Ele me olhou, seu cabelo castanho sobre a testa a camisa amarrotada e um corte do lado da boca.

— Está mentindo. — Piscou.— Você me odeia mas porque? — Sua voz soou mais alta. — Eu não pedi pra que isso acontecesse, não é a minha culpa se o nosso pai é um filho da puta.

Abri a boca e acabei soltando um riso baixo, Jonata xingando o pai? Essa é nova, ele sempre faz de tudo pra ser o filho perfeito aos olhos dele. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e sumiu tão rápido quanto apareceu.

— Eu sei que não é sua culpa é só que...— Engoli em seco. — Eu não consigo olhar para você e não lembrar o quanto minha mãe amava meu pai e mesmo assim ele ficou com...

— Uma prostituta ou melhor, acompanhante de luxo? — Ele completou as palavras pareciam amargas em sua boca. — Pode falar.— Ele sorriu e dessa vez não foi um sorriso zombeiro.— Uma vigarista interesseira, a mulher que só me desejou pra ter regalias.

 Encarando seu rosto sem aquela confiança toda, eu me dei conta do quanto era egoísta. Do quanto eu só pensava na minha frustração e não na dele, eu tinha problemas com meu pai mas Jonata também tinha problemas com a mãe.

— Acha que sou como ela, que quero me aproveitar do dinheiro de vocês? É por isso que não suporta olhar pra mim?

Neguei rapidamente.

— Não, isso nunca nem passou pela minha cabeça.— Fui até ao seu lado e me sentei. — Oque aconteceu com seu rosto?

— Eu me meti em uma briga.

Franzi a testa.

—  Por que?

— Em outras circunstâncias eu ficaria contente com você fazendo perguntas. — Lhe lancei um olhar impaciente.— Vi um garoto sendo agressivo com uma conhecida. Eu interferir e ele não gostou.

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora