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— Eu não sabia que estava passando por algo assim.Senti seus dedos afundarem em meu cabelo.
— Não tinha como saber, a menos que eu te contasse.— Fechei os olhos tendo a última visão seu peixe.— Sophie? Não conta para os outros dessa vez é sério, Michael te contou sobre mim e James mas não conte a ele sobre essa situação.
— Juro de dedinho. — Ela susurrou. — Falando no James... Eu sabia que vocês não iam aguentar por muito tempo.
Eu soltei um riso com a cabeça no travesseiro.
— É você estava certa.
— Claro que estava, toda aquela coisa de somos só amigos, vamos esquecer de como nos beijamos intensamente e você me ensinou a coisar e blá blá blá.
— Você falou igual a Kitty. — Sophie quem riu agora.
— Eu sei.
— Ainda está com uma pulga atrás da orelha?
— Estou sim, mesmo ela insistindo que está tudo bem. Porque é tão difícil pras pessoas falarem oque realmente está passando?
— É uma forma de auto defesa Sophie, as pessoas insistem em dizer que estão bem apenas para enganar a si mesmo assim fica fácil ignorar oque realmente está sentindo. — Murmurei.
— Isso não resolve o problema.
— Eu não disse que resolvia, eu vivi esses últimos meses ignorando os bilhetinhos e as fotos no meu correio. E ignorar não fez o problema sumir, mas por alguns instantes, só por alguns segundos enquanto eu fingia que nada estava acontecendo eu senti que estava tudo normal.— Me virei para encarar seu rosto.— Doce ilusão.
— Uma coisa que eu aprendi esse ano é que quando somos sinceros com a gente mesmo é encaramos nossos problemas sem tentar fugir dele nos deixa mais forte para seguir em frente.— Sorri orgulhosa de Sophie.
— Queria que minha mãe também estivesse aqui para ouvir isso. — Murmurei fitando uma caneca decorada com um guarda chuva. Provavelmente alguma série que ela e Kitty devem ser obcecadas.
Um dos motivos de eu ter vindo pedir ajuda é exatamente esse, minha mãe. Enquanto ela dava chiliques só porque conhecia pessoalmente o homem em que ela se interessou por ter medo de se relacionar de novo, por se achar fraca e incapaz de voltar a viver normal.
Eu percebi que eu estava me tornando ela, sendo controlada pelo medo. E isso, eu prometi que nunca mais aconteceria. Acho que todos deviam fazer o mesmo, sentir medo é normal mas deixar que ele dite suas ações é inadmissível.
— Você não ia trabalhar? — Ela arregalou os olhos.
— Merda! Que horas são?— Ela rolou até que seus pés ficassem para fora. — Ross eu tenho mesmo que ir, desculpa mesmo eu adoraria continuar aqui deitada falando sobre a vida e tomando um cafezinho. — Ela gemeu em frustração como se pensar nisso fosse tentador.
Me sentei sob a cama.
— Pode ir, eu fecho tudo pra você. — Eu disse vendo ela se atrapalhar com o sapato.

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Ao som do desejo.
RomanceTrilogia Hurricanes. 🌪 Segundo livro. James Burton membro da banda Hurricanes sempre viu seus amigos como sua família depois da morte da sua mãe. Com o sucesso da banda e o breve fim do ensino médio James agora tem que lidar com um novo sentiment...