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— Mãe? — Bati na porta mais uma vez. — Mãe abre a porta você está me assustando,  eu sei que você está aí dentro.

Aonde mais estaria? Dois meses, esse é número de tempo que minha mãe está morando nesse apartamento. Antes ela vivia naquela casa, bem não exatamente na casa mas em um dos quartos das residências dos funcionários.

Trancada e bêbada, totalmente sem rumo sem expectativa de um futuro. Tudo oque ela faz nos últimos anos é respirar,  imersa na sua perda e dor. Respirei fundo e tentei procurar a senha em algum papel na bolsa quando encontrei suspirei aliviada.

Do lado de dentro estava uma bagunça. roupas no chão, papéis picotados latas de cervejas, garrafas de vinho e wisk. Da sala tinha-se uma linda vista para os prédios. Os móveis eram brancos e cinza trazia uma leva aos olhos embora o ambiente pareça sempre pesado.

— Mãe? — Olhei em volta e encontrei uma garrafa quebrada, me aproximei líquido amarelado e... sangue?

Meu coração bateu mais forte, medo. Eu estava com medo então comecei a vasculhar seu apartamento, a cozinha os quartos e por último o banheiro. Minhas mãos suarem frio quanto girei a maçaneta.

Por favor não, por favor não!

Eu paralisei, minha respiração falha e o coração disparado. Os braços da minha mãe para fora da banheira, sangue seco em sua mão seus cabelos úmidos olhos fechados e lábios entreabertos. Corri e acabei escorregando um pouco mas me segurei na banheira e toquei seu rosto.

— Ei mamãe acorda! — Balancei seu rosto sentindo as lágrimas inudarem meus olhos. — Mãe, meu Deus! SOCORRO! — Gritei.

Minha visão turva e corpo trêmulo, eu não devia ter deixado ela sozinha. Eu devia ter me mudado com ela, a culpa é minha. A culpa é minha, eu sabia que ela não estava bem. Solucei enquanto gritava mas parei quando ouvi um murmuro.

— Por que que você está gritando?

Soltei o ar pela boca.

— Mãe?

Ela se endireitou na banheira e coçou a cabeça molhada. Me aproximei do seu rosto sentindo as lágrimas ainda descerem.

— Você está viva?

Ela riu, e pela sua risada estava bêbada. Sentia o cheiro de álcool de longe.

Porra Diana você me assustou! — Esbravejei me sentando no piso molhado. Passei meus dedos no cabelo e respirei fundo.

Ela apontou pra mim.

— Você falou porra ou eu estou muito bêbada? — Ela perguntou com um olhar sério vacilante.

Me estressei.

— Não, não ouviu errado não! — Esbravejei. —  Eu achei, achei que você... — Comecei a chorar novamente.

Seu rosto suavisou, ela se levantou da banheira seu vestido branco colado ao corpo. Minha mãe se agachou em minha frente e segurou meu rosto entre suas mãos.

— Eu nunca faria isso. — Ela engoliu em seco. — Nunca deixaria você meu anjinho. Ivy, Se eu ainda estou aqui é por você. — Ela me envolveu com seus braços acolhedores. — Shh, não chore mamãe está bem... vou ficar bem sabe disso não sabe?

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora