Ao som do desejo.

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Quando a noite de jogos surgiu? Eu também não sei. Só aconteceu, sempre dormimos um na casa do outro nas madrugadas rimos mais que dormimos, sempre uma história diferente ou algo engraçado que aconteceu com a gente durante o dia. Como na vez em que um homem pediu para o Michael autógrafar o bumbum dele.

Confesso que esse é o meu dia favorito da semana, a noite de jogos quase sempre acontece na minha casa ou na do Michael. A não ser quando os pais do Gus ou do James não estam em casa. Estavam rindo de algo que Gus disse que fez Sophie se engasgar com o pedaço do hambúrguer oque fez eles rirem mais ainda quando ela recuperou o fôlego com alguns tapinhas do Michael em suas costas.

Eu estava em um dos balanços com Tara em meus braços adormecida, eu mal podia conter meu sorriso em ver aquela cena. Todos rindo e brincando, eu estava contente sempre estava quando meus amigos de infância estavam por perto mas algo dentro de me parecia está sentindo que algo estava errado, que me faltava algo. Mas oque se eu já tenho tudo?

Então por que estou com vontade de chorar, porque ficar triste? Meu pai uma vez me disse que a pior tristeza é aquela que não conseguimos explicar, aquela que chega do nada e destrói tudo. Se não sabemos de onde ela surgiu como fugir dela?

Acho que meu lado pessimista está aparecendo, acho que estou assim porque tenho medo de que tudo isso aqui acabe. Estamos crescendo, e oque seremos daqui a alguns anos?

— Acho que está ficando frio pra você, que tal estrarmos hum? — perguntei encarando seu rosto encostado em meu peito.

Seus cílios ainda estavam molhados, os alunos de Sophie foram pra casa com a moça que veio buscar a Liz e Tara começou a chorar porque queria os ver mais um pouco. Eles não frequentam os mesmos lugares a chance de se verem de novo por agora é bem pequena, mas Sophie prometeu fazê-los novamente outro dia. Tica concordou mas ainda continuou emotiva, ela é tão sensível quanto eu. Torin tomou banho e já foi pra cama, depois de tanto brincar na grama pela tarde acabou cansando.

— Você não vem? — Não precisei virar para saber que era o James, o cheiro familiar o denunciou.

— Vou agora que tica finalmente dormiu. — limpei meu rosto para que ele não visse meus olhos lacrimejados.

O ruído do ferro do balanço soou, seu sapato na grama iam e vinham o balançando. Quando o olhei ele estava sentado no outro balanço encarando o céu, ele sempre estava o observando me pergunto se ele procura uma estrela específica por causa da sua mãe. Eu a conheci em uma situação difícil, quando ela ainda estava de cama entre a vida e a morte.

Parece que nossos pais se conheciam antes de nós nascermos. Lembro dos seus cabelos compridos e olhos castanhos avermelhados, ela era linda feito um anjo. James também é lindo feito um anjo, mas as vezes sua beleza era perigosa feito um lobo.

— Por que está triste?

Parei de encara-lo embora a visão do seu rosto distraido ainda tenha ficado na minha cabeça.

— Nada que deva se preocupar.

— Quando o assunto é você fadinha fica difícil não se preocupar. — pelo canto dos olhos eu posso vi tirando seu cigarro do bolso e o acendendo.

James devia parar de dizer essas coisas, se ele soubesse como meu coração e minha mente reagia não diria isso de uma forma tão...
  
— Você se lembra do que me disse naquela fonte a nove anos atrás?