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🌪

Bebi duas garrafas de água inteiras, minha cabeça parou de girar e a musica não me irritava tanto. Gus havia entrelaçado seus braços em volta de uma garota e sumiu pela festa. Provavelmente ele está tendo uma boa foda nesse exato momento. 

Ross estava na pista de dança com um drink de frutas sem álcool que eu mesmo fiz questão de avaliar antes de entrega-la. Estava observando ela dentro do seu mundinho enquanto se remexia na batida da música, sua saia subindo pela suas coxas seus braços acima da cabeça enquanto equilibrava sua taça onde eu estava de olho para que nada de estranho acontecesse.

Ross facilmente seria comparada com uma deusa. Daqui eu podia ver os olhos interessados no corpo dela, a última vez em que ela saiu sozinha acabou tendo sua bebida batizada e quase foi violentada. Quando vi marcas de dedos em sua pele dourada eu quase enlouqueci, ela mentiu pra nós. Disse que tinha bebido e por isso estava estranha quando Michael foi busca-la mas Ross não sabe mentir quando o assunto é seus amigos. Ela nem bebi, e tão pouco usa drogas.

Foi uma das poucas vezes em que eu a vi chorando, ela está sempre sorrindo e só de imaginar o seu desespero meu estômago embrulha. Prometi que ninguém nunca mais tocaria nela sem permissão, Michael e Gus fez questão de revisar a lista de proteja-se de machos escrotos. É uma pena que isso aconteça com frequência com garotas, não importa onde esteja ou como esteja se vestindo infelizmente haverá sempre monstros que se acham no direito de tocar sem permissão. Mundo de merda!

Ela era boa demais para esse mundo, era boa demais para pessoas confusas como eu. Mas a olhando daqui eu a queria, queria pra mim... queria protege-la de tudo. Engoli em seco sentindo que estava realmente bêbado, e que era por isso que esse sentimento estranho se apossou de mim.

— Tem certeza de que não vai querer mais nada? — O barman perguntou sugestivo com seu sorriso de canto.

Neguei tirando algumas notas da carteira e pondo no balcão.

— Não, obrigada. — Respondi quando senti seu dedo roçar meu pulso.

— Tem certeza...? — Repetiu.

Acabei soltando um riso baixo e me aproximei para que ele me ouvisse.

— Desculpe, Mas você não faz meu tipo. — suas bochechas coraram. — Ela faz. — Apontei para Ross rebolando seus quadris agora com um cara logo atrás dela.

O garoto assentiu sua confiança esvaziando dos seus olhos, sentei-me de volta ao banco e bebi a água com limão.   Ele era rápido, não demorou muito para que ele estivesse flertando com outro cara.

Ok, eu não estava bem... aquela porra deve ter sido muito forte. Apertei meus dentes no vidro observando a cena. O moreno de olhos puxados explorava seu corpo, esperei sua reação ela não recuou então tudo bem certo? Ela queria, não preciso interferir. Então porque quero avançar em direção a ele e socar a sua cara?

Chamei o barman mais uma vez.

— Mudou de ideia?

— Sim. — Mexi no gelo com o dedo. — Quero a bebida mais forte que você tiver naquela estante.

— Você que manda. — Ele foi até uma garrafa de líquido transparente e caveira estampada.

Meu coração batia mais rápido conforme o barulho da bebida sendo jogada no copo enchia meus ouvidos.

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora