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— Você não vai almoçar? — Jonata perguntou assim que passei pela sala e subi as escadas.
— Não estou com fome. — Falei sem lhe dirigir o olhar.
— Na boa James oque eu fiz pra você? — Minhas mãos se apertaram na barra do corrimão de prata. — Você não é melhor do que eu, não mereço seu desprezo.
Eu não o desprezo, sei que no fundo ele não tem culpa afinal ninguém escolhe em que familia nascer simplesmente acontece. Mas como reposta apenas o olhei e continuei andando, Vivian esse é o nome da mulher que o pôs no mundo. Eu já a vi algumas vezes, Jonata puxou a aparência do meu pai. Por mais que convivemos na mesma casa eu não o conheço direito, sempre o evito a não ser quando ele faz esses tipos de coisa.
Destranquei a porta e me joguei na cama. Encarei o teto e pensei, pensei tanto que minha cabeça doeu. Já estou com dezoito, meu dezsnoves estão logo ali e meu pai tem que decidir com quem a empresa terá que ficar. Não tem oque pensar, por mim Jonata ficaria com toda a sua fortuna a banda está indo bem e não quero viver trancado dentro de uma sala tendo meus minha paciência consumida pelos outros. Mas ele ainda estáem dúvida.
Meu meio irmão está na faculdade de contabilidade. E Jorge parece está orgulhoso disso, falta dois messes para que o ano acabe e finalmente estejamos livre da escola. E assim poderemos focar cem por cento na carreira de músico, Minha mãe adorava música me pergunto se ela estivesse viva... estaria contente com quem estou me tornando profissionalmente?
Sei que como pessoa ela estaria decepcionada, não sou eu mesmo a muito tempo. Ando constantemente com medo do futuro e de mim. E se eu estragar tudo, com meus amigos, com a banda ou com a Ivy?
E se sou realmente destrutivo, se tenho a habilidade de destruir tudo ao meu redor como meu pai diz? Eu não os mereço, não mereço nada disso.
O celular apitou assim que o tirei do silencioso, o grupo de basquete estava pegando fogo com as mensagens. Li cada uma com atenção. Estavam decidindo quem deveria ficar como capitão já que eu rejeitei, adoro o basquete. Muito mesmo mas não quero a responsabilidade de capitão para mim, estava contente em apenas jogar e além do mais o ano está acabando deveriam por alguém que ainda teria mais uma ano.
Uma foto do tanquinho do Gus apareceu bem na minha tela e eu soube que era uma chamada, deslizei o símbolo de telefone para o lado e esperei que ele disse algo.
— Alô, James?
— Não Gus, o teu pai.
Ele riu do outro lado.
— Que grosso, está estressado? — Neguei com um murmuro. — Que bom, isso significa que você vai na corrida de hoje a noite estou certo?
Na verdade, eu havia esquecido.
— Claro, apostei trezentos que você perderia. — Brinquei.
— Sinto muito pela perda então, sabe que eu não perco a não ser quando estou com problemas de concentração.
Ou seja, problemas em casa. Uma pena que todo esse dinheiro fodido não conserte a nossa família também. Ele continuou falando o quanto estava empolgado já que se ele ganhasse o racha de hoje a noite poderia pegar o carro de quem ele quisesse do outro grupo. Gosto de adrenalina, gosto mesmo mas não encaro aquelas corridas por nada. Me arrisco em minha moto mas só de pensar em estar dentro de um carro minha garganta fecha.
Foi em um acidente de carro que minha mãe ficou em como e um mês depois ela morreu, depois de ter sofrido em uma cama por dias e mais dias. Eu a vi chorar quando acordou, vi suas crises e quase pude sentir suas dores. Seus olhos não eram os mesmos, os olhos castanhos cor de mel e os cabelos loiros não lhe davam mais um ar angelical. Minha mãe, a Angelis morreu aos poucos.
Corri para o banheiro despejando todo o café da manhã na pia. Olhos apavorados no meio da noite, os bips das máquinas ecoando pelo quarto os remédios no chão. Eu podia senti minhas mãos tremerem oque me fez agarrar o mármore com força tentando puxar o ar pela boca.
[...]
A garrafa de cerveja barata bateu contra meus lábios, senti o gosto amargo e refrescante enquanto encarava a pista agitada. Do lugar aonde nós estávamos podia se ver boa parte delas, tochas de fogo iluminando a pista cheia de curvas estreitas.
— Isso parece perigoso.— Bryan disse e Michael concordou.
— Gus gosta do perigo, isso parece deixa-lo animada.
— Pois é, oque podemos fazer é apoiar. Sem contar que é bem divertido assistir. — Michael murmurou.
Sorri em resposta, a música estava alta e eu tinha certeza de que era latina. Algumas moças dancavam ao som das batidas, enquanto estavam em cima de carros luxuosos.
— Qual é o o carro do Gus?
Michael e eu nos entreolhamos quando dissemos.
— O corvette verde. — Bryan se engasgou com sua bebida.
— Ele é louco de arriscar aquele carrão em uma corrida assim? — O moreno estava mesmo incrédulo
— Você ainda dúvida?
Bryan parecia animado agora que ouvia o ronco do motor da máquina na linha de corrida agora.
— Precisamos ver isso de perto!
Michael deu de ombros e nós o seguimos saindo da cabine particular. Tentamos chegar o mais perto que conseguíamos antes que a ruiva arrancasse seu sutiã vermelho e o levantasse o mais alto que conseguisse. Os gritos animados se miaturaram com som do motor dos carros ligando. E quando o sutiã desabou no chão Gus nos lançou uma piscadela e enfiou o pé com gosto no acelerador, poeira e a luz do carro foi tudo oque eles deixaram para trás.
— Caralho você viu isso? — Bryan perguntou com os olhos arregalados.
Eu não sabia se ele estava falando da garota com os peitos para fora ou do som que quase nos deixou surdos.
— Puta merda! A Sophie vai me matar. — Michael gargalhou com as mãos na cabeça.
Eu ri o ajudando quando levantei meus braços na altura dos seus olhos fechados.
— Aposto seiscentos que ele leva. — Murmurei para um barrigudo ao meu lado. Mostrei as notas pra ele que sorriu.
— Fechado. — Ele vasculhou o bolso. — Só tenho isso aqui.
Observei os dois saquinhos de pó em sua mão e esbocei um sorriso.
— Fechado.— Deixei meu braço cair junto ao corpo agora que a ruiva estava vestida.
Os carros agora estavam dando a segunda volta, Gus estava atrás por um pneu. Mas quando ele passou por nós vi um sorriso brincar em seus lábios, é... Essa corrida já é dele.
Tudo pareceu em câmera lenta, seu carvette verde musgo deslizando pela curva a fumaça pelo pneu traseiro e o esforço dos freios. E quando Augusto choi terminou a curva em grande estilo, a maioria que estava ali gritaram.
Michael, eu e Bryan comemoramos quando ele saiu do carro com um sorriso convencido nos lábios. Um lenço verde entre seu pulso e seus dedos, a galera do lado esquerdo levatou seus lenços também eles tinham até uma bandeira com um ptbul estampado.
O velho ao meu lado praguejou e me entregou os saquinhos.
— Foi bom fazer negócios com você também. — murmurei por cima dos seus ombros quando ele saiu.
Continue...
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Ao som do desejo.
RomanceTrilogia Hurricanes. 🌪 Segundo livro. James Burton membro da banda Hurricanes sempre viu seus amigos como sua família depois da morte da sua mãe. Com o sucesso da banda e o breve fim do ensino médio James agora tem que lidar com um novo sentiment...