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Meus olhos se demoraram para acostumar com a claridade. Teto branco, cortinas brancas e de novo tudo preto quando não aguentei a dor no corpo. Mexi meus dedos e tentei balbuciar alguma coisa, minha garganta estava seca e doía com o esforço.

Pisquei afastando as lágrimas que nublaram minha vista, as lembranças
Circulando minha mente.

— Anie... Sophie...?— tentei me levantar mas mãos me impediram meus olhos se arregalaram e senti minhas pálpebras pesarem.

Ah meu Deus é ele, é ele... Me debati enquanto lutava para que o som saísse dos meus lábios. O rosto logo acima estava desfocado mas as mãos segurando meus ombros me fizeram entrar em desespero de novo.

— Ivy! — De novo não.— IVY FILHA, É O PAPAI! DAIANA CHAME AS ENFERMEIRAS!

— ME SOLTA!  por favor não encosta em mim. — Eu me debatia e chorava sentindo os machucados doerem.

Uma movimentação no cômodo seguido de portas se abrindo. Ouvi xingamentos do lado de fora e mulheres com jalecos entrarem.

— Senhorita Ross se acalme.  — Uma  voz feminina e paciente soou.

Pisquei assim que seguraram meu pulso. Minhas mãos se fecharam  naquela coisa em meu pulso e eu as ranquei.

— Se não parar precisaremos seda-la. — A voz agora era mais áspera.— Fique calma, você está bem agora.

Eu parei, as mãos me soltaram. Apertei meus olhos com força e demorei para abri-los novamente. Meu peito subia e descia com rapidez meu coração acelerado me deu a sensação de sufoco.

— Eu estou bem... — Susurrei abrindo os olhos. — Mas e os outros?

Meu pai estava afastado, a cor do seu rosto alterada para um tom pálido seus olhos cabisbaixos e preocupados. Meus olhos pularam para a mulher ao seu lado.

— Mãe? — Me sentei rapidamente e gemi de dor.

— Ivy querida... — Ela se aproximou segurando meu rosto entre suas mãos.—Você nos assustou.

— E você saiu de casa.— Ela riu embora seu riso tenha se tornado choro assim que ela me abraçou. — Ai! Está doendo.

James abriu a porta, e ar pareceu ter sumido.

— Claro que está você quebrou duas costelas. — Engoli em seco assim que suas palavras ecoaram pelo quarto, era quase como receber os chutes do Nath de novo. — Duas costelas e pontos na cabeça.

Meus pais se entreolharam.

— Daiana, vamos dá um tempo para os dois. — Minha mãe assentiu soltando minha mão, observei os dois sairem. Era tão estranhos vê-los interagindo de novo.

— James eu...

— Oque você achou que estava fazendo? — Seus ombros entregaram sua respiração ofegante.— Porra Ross, você tem noção de que as coisas poderiam ter sido bem pior?

— Eu sei.

— Por que não me contou? Eu teria te ajudado.— Sua voz por um fio seus olhos castanhos intensos avermelhado.

—  Esse era o problema James. — Encarei qualquer coisa que não fosse o desespero em seus olhos. — Vocês estão sempre tentando me ajudar. Eu sentia que deveria fazer as coisas sozinha dessa vez.

—Eu Resolveria tudo isso por você.

Engoli suas palavras com força.

— Se você resolvesse isso por mim, eu não teria a oportunidade de resolver sozinha. — Mexi meus dedos sobre os lençóis. — Isso só ia colocar um curativo numa ferida que com certeza iria voltar porque você resolveu. Só aprendemos com o problema quando lidamos com ele Burton. 

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora