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Estou indo pra casa e com um lindo anel de prata no dedo, eu até arranquei os de enfeites só para aquele em  específico se destacar mais. Meu pai está dirigindo, Luiza ao seu lado e no banco de trás eu sozinha mas encarando a janela com um curto sorriso.

Era pra me ter saído ontem, mas os médicos resolveram fazer um último exame só por garantia. Minha mãe passou o dia comigo, meu pai ficou pela noite e James passou outra madrugada jogando conversa fora comigo.

— Chegamos. — Papai disse descendo do carro.

Tentei abrir a porta mas ele foi mais rápido. Soltei um riso quase revirando os olhos quando ele passou meu braço por seu ombro.

— Pai, eu consigo andar sozinha! — Ele me olhou de esgueta.

— Não temos certeza, melhor prevenir. — Luiza murmurou tirando seus óculos escuros. 

Aceitei sua ajuda, já que meu pai era muito alto e a posição do meu ombro fazia minhas costelas doerem.

— Obrigada.— Ela deu de ombros.

— Por nada.— Ela riu.

— Qual a graça?

  — Acho que essa é a primeira vez que você me agradece.

Franzi a testa.

— E essa é a primeira vez que você me ajuda.— Ele me olhou e acabei rindo da sua careta.

— Devíamos fazer isso mais vezes.

Encarei o jardim de casa.

— É, devíamos. — Desamassei minha roupa com a mão livre.

Subi as escadas parando em frente ao grande portão, esperei que se abrisse mas não aconteceu.

— Ué, o sensor falhou?

Meu pai negou com um sorriso.

— Querida, você não está esquecendo de nada? — toquei meu rosto.

Bati na testa.

—  Merda, Esqueci de passar o rímel.

Luiza e meu pai soltaram um riso. A porta se abriu segundos depois, respirei fundo o cheiro da casa. Senti falta de não ter sido recebida por abraços eufóricos dos gêmeos.

— Onde meus irmãos estão?

Luiza fez sinal para que eu continuasse andando e quando a visão da sala ficou em meu campo de vista meus olhos se arregalaram.

Ao som do desejo.Onde histórias criam vida. Descubra agora